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Por José Benedito da Silva
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Advogados ligados a Lula dizem que delação foi feita para atingir Alckmin

Coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho enxerga motivações políticas para atingir ex-tucano, que negocia chapa com petista

Por Leonardo Lellis Atualizado em 16 mar 2022, 19h58 - Publicado em 16 mar 2022, 17h53

A divulgação de uma delação premiada que implica o ex-governador Geraldo Alckmin em meio às negociações para ele ser o vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial deste ano acendeu o alerta de advogados para o risco de uso político do instrumento.

“Não podemos permitir que delações sejam construídas para atender objetivos políticos e notadamente eleitorais sem as respectivas responsabilizações”, afirma Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas, movimento de advogados que promoveu o primeiro encontro público entre Lula e Alckmin, em um jantar em São Paulo no final do ano passado.

O ex-tucano é acusado por um delator de receber 3 milhões de reais por meio de caixa dois nas campanhas de 2010 e 2014, quando ele venceu a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, à época pelo PSDB. 

O relato consta de um acordo feito pelo ex-presidente da Ecovias, Marcelino Rafart de Seras, e que foi homologado pelo Ministério Público Estadual. Trechos da delação foram divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo. Alckmin nega qualquer irregularidade.

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“Não há surpresa alguma na tentativa de se atingir a honra do ex-governador Geraldo Alckmin, em especial agora quando o seu nome é cogitado para compor a chapa do ex-presidente Lula, franco favorito para as próximas eleições presidenciais. É a velha receita criminosa, oportunista e nem um pouco criativa”, prossegue Carvalho. 

“Nunca, em momento algum, nem a própria oposição aos governos tucanos no Estado de São Paulo questionou a integridade do ex-governador. Ele agora é vítima, infelizmente, de estratégias que o próprio PSDB estimulou. Mas, seguramente, terá apoio e solidariedade”, conclui.

As delações premiadas foram popularizadas no âmbito da Operação Lava-Jato, quando, em acordo com o Ministério Público, acusados de corrupção confessavam crimes e denunciavam outros suspeitos em troca de benefícios no julgamento, como uma eventual redução de pena ou progressão de regime.

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Discussão no STF

Apoiado pelo grupo, o PT ajuizou no final do ano passado uma ação (ADPF 919) no Supremo Tribunal Federal para que a corte defina parâmetros sobre o uso e limites do procedimento. No entendimento do partido, a delação não pode ser usada para violar direitos dos réus, como a ampla defesa, nem para basear a decretação de prisão.

“Apesar da inegável importância das delações como meios de obtenção de prova no âmbito das investigações criminais, a celebração dos acordos de colaboração premiada não pode, em hipótese alguma, colocar em xeque o respeito às garantias fundamentais asseguradas constitucionalmente aos indivíduos”, argumenta a ação.

Entre os pedidos, a ação pede que o STF vete o uso da delação cruzada para fundamentar a decretação de prisão, recebimento de denúncias ou de sentenças condenatórias. A delação cruzada é quando a palavra de dois delatores são consideradas suficientes para estas medidas.

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A ADPF também pede que seja garantido ao réu que foi delatado o direito de se manifestar por último e que os acordos celebrados com o delatar preso de forma ilegal sejam considerados nulos.

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