A trajetória política de um dos integrantes do futuro conselho da Sabesp
Chapa será apresentada em assembleia no fim de setembro e deve assumir no dia 1º de outubro
O próximo conselho da Sabesp, que deve tomar posse no dia 1º de outubro, será formado por Augusto Miranda, Tinn Amado, e Tiago Noel, indicados pela Equatorial — que se tornou a principal acionista privada da companhia de saneamento após oferecer 6,9 bilhões de reais por 15% da empresa –, três nomes do Governo de São Paulo (Anderson Marcio Oliveira, Claudia Polto Cunha e Karla Bertocco), além de outros três membros independentes: Alexandre Silva, Gustavo Gattass e Mateus Bandeira. Quem acompanha de perto o processo afirma que a chapa deve ser eleita em assembleia que ocorrerá em menos de 30 dias.
Bandeira é CEO da Oi, faz parte do conselho de várias empresas como Vibra Energia, Intelbrás, Marcopolo e o Hospital Moinhos de Ventos, e se notabilizou no mundo corporativo quando foi CEO da consultoria Falconi, entre 2011 e 2027. Porém, anteriormente, ele teve um passado político, sendo candidato ao governo do Estado do Rio Grande do Sul pelo partido Novo e fez parte de equipes econômicas do primeiro governo Lula e da gestão da ex-governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius (PSDB).
Em 2018, Bandeira foi candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo Novo, mas anunciou no ano seguinte que se desfiliaria do partido. Ele ficou em quinto lugar com 200.877 votos (3,36%) na primeira eleição estadual vencida por Eduardo Leite (PSDB). Em 2008, ele foi secretário do Planejamento e Gestão da então governadora Yeda Crusius. No último ano de mandato, a tucana nomeou o executivo como presidente do Banrisul, banco público gaúcho, chefiado por Mateus até 2011. Ele também participou do primeiro governo Lula como coordenador da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, então comandado por Antônio Palocci. No governo federal, Bandeira atuou entre 2004 e 2006. Depois, foi consultor técnico sênior no Senado.
Quem são os outros conselheiros
Augusto Miranda: presidente da Equatorial desde 2015;
Tinn Amado: diretor-executivo da Equatorial;
Tiago Noel: responsável por investimentos no setor de energia do Opportunity, acionista da Equiatorial;
Anderson Marcio Oliveira: secretário-executivo da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de , do governo de São Paulo. Considerado o braço direito da secretária Natália Resende, personagem fundamental para o processo de privatização;
Claudia Polto Cunha: procuradora-geral do Estado de São Paulo;
Karla Bertocco: atual presidente do conselheo da Sabesp, já foi diretora da Arsesp, agência reguladora, e da Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan), privatizada em 2021. Ela também fez parte do conselho da Equatorial até o fim do ano passado – a atuação na Sabesp e na Equatorial gerou uma ação sobre suposto conflito de interesses, negada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo;
Alexandre Silva: presidente do conselho da Embraer, terá a mesma função na Sabesp;
Gustavo Gattass: ex-analista de óleo e gás do BTG Pactual, atualmente conselheiro da Prio e da Serena Energia.