Por mais que a gente saiba e leia sobre o assunto, é sempre impressionante ouvir de viva voz uma inflamada defesa da intervenção militar, como a que acabo de ouvir do motorista do Uber que acabou de me deixar no aeroporto Santos Dumont, no Rio.
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Morador do Méier há 53 anos, motorista de táxi até dois anos atrás, quando se mudou para o Uber, eleitor de Bolsonaro, informadíssimo sobre a organização criminosa de Sérgio Cabral: diz que na época da ditadura o Rio era muito mais seguro.
Fica irritado quando vê morador da Rocinha pedindo paz, “porque são todos invasores e precisam ser retirados de lá”.
Como retirá-los? Para onde vão, se venezuelanos chegam em massa e já lotam Roraima, por exemplo?
Ele dá o exemplo das forças americanas no Iraque, que avisaram a família Hussein para sair de determinado prédio porque seria implodido.
Não saíram, implosão aconteceu.
É assim que tem que ser feito no Rio, segundo o exemplo de um típico eleitor carioca.
“Mas não deixe de vir ao Rio, não, porque nós temos que acreditar que vamos melhorar”, me diz o gentil senhor ao se despedir e agradecer a viagem.
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