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Suicídio: prevenir ou evitar?

O suicídio não é uma escolha norteada pelo livre arbítrio. Há uma estreiteza cognitiva que, se abordada  a tempo, pode evitar o desfecho trágico

Por Sergio Ricardo Hototian
26 set 2022, 17h15

O ato suicida é uma urgência médico-psiquiátrica, tratável e evitável, quando detectada a tempo. No entanto, nem sempre é possível evitá-lo.  A campanha ‘Setembro Amarelo’ é focada na prevenção e tem sido uma forma legítima de alerta para nortear a percepção de familiares e pessoas próximas para o risco de suicídio.

O momento de agir, ou seja, o timing diante do possível impulso suicida, ou da percepção subjetiva do perigo, é difícil  de ser reconhecido. No entanto, é imprescindível que familiares e pessoas próximas observem atentamente:  mudanças de comportamento, de atitudes, de reações como, por exemplo, isolamento e apatia, ou abuso recente de álcool ou outras drogas. Aos sinais de alerta acima deve-se providenciar uma avaliação psiquiátrica.

A Psicofarmacologia, os estudos farmacogenéticos e a neuroimagem, auxiliam a prática psiquiátrica a partir de relatos de caso, estudos científicos consistentes e meta-análises no diagnóstico para o adequado tratamento da maioria dos transtornos psiquiátricos, fatores de maior risco para o suicídio.

Estudos mostram que adolescentes, adultos jovens e idosos têm  alto risco de suicídio em nosso meio. As estatísticas revelam, em todo o mundo ,que, ao contrário do que se imagina, quem fala em suicídio  pode cometê-lo sim.

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A vivência clínica nos mostra que mais da metade dos casos apresenta diagnóstico de transtornos de humor, depressão, transtorno bipolar, distimia, seguidos de dependência química, transtornos de personalidade e profunda angústia. Separações, perda de status, descrenças, desesperança, e doenças crônicas podem funcionar como estopim, gatilho.

Vivemos um mundo contraditório: relações superficiais,  ansiedade por resultado , expectativas excessivas, vivências superficiais, ao mesmo tempo intensas , urgentes, mas passageiras, sendo que, mesmo na ausência de transtornos psiquiátricos diagnosticados, vale indicar o acompanhamento psicológico para os eventos da atualidade estressante que temos.

Não há dúvidas de que o ser humano é profundamente complexo em diferentes medidas  quanto a sua essência, e, daí resumi-lo em quaisquer componentes de sua complexa formação é equivocado e errático. As teorias da  formação da mente são profundamente embasadas nos aspectos bio-psico-sociais e espirituais (crenças), daí a importância do trabalho em equipe no auxílio da prevenção de urgência.

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Não creio que o suicídio seja uma escolha do sujeito norteada pelo livre arbítrio. O que vemos é uma estreiteza cognitiva que, quando  abordada  a tempo, pode evitar o desfecho trágico. Estejamos atentos sempre que possível!

 A Campanha Setembro Amarelo é um esforço que auxilia no combate ao estigma e ao preconceito criado pela desinformação e isolamento científico da Psiquiatria, que, após a década de 1990, passou a integrar seu merecido espaço na ciência médica e na neurociência clínica sem abrir mão de seus fundamentos psicopatológicos, sócio-filosóficos e psicológicos.

Letra de Médico - Sergio Ricardo Hototian
(./Divulgação)
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