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Qual profissional deve cuidar da saúde mental do meu filho?

Pediatra, neuropediatra, psicólogo ou psiquiatra da infância e adolescência? Saiba como escolher o profissional mais indicado para cuidar do seu filho

Por Luis Augusto Rohde
29 set 2017, 12h47
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  • Com a colaboração de: Maria Lucrécia Zavaschi, professora aposentada de psiquiatria da infância e adolescência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e presidente da Associação Psicanalítica de Porto Alegre; e de Guilherme Polanczyk, professor livre docente de psiquiatria da infância e adolescência da Universidade de São Paulo (USP). 

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    Ô perguntinha difícil! Nas conferências que faço pelo Brasil afora para pais e professores sobre transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e outros problemas de saúde mental de crianças e adolescentes, essa questão é uma das mais frequentes. O pediatra pode avaliar e tratar essas condições? Procuro um neuropediatra, psicólogo ou psiquiatra da infância e adolescência?

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    Indicação em primeiro lugar?

    Dados de pesquisa nos Estados Unidos indicam que a escolha de um médico se dá ainda pelo conhecido método de boca a boca, mesmo nos dias atuais onde, para quase tudo, as pessoas fazem uma vasta pesquisa na web. Ainda que a escolha de um profissional possa estar restrita àqueles que são parte do convênio do paciente, a indicação de familiares ou amigos, em primeiro lugar, e a indicação de outro médico, em segundo lugar, deixam a escolha por dados do profissional disponíveis na web a léguas de distância.

    Temos que convir que esse não parece ser um método muito criterioso de escolha; o que é bom para o filho de um amigo pode não ser o melhor para o nosso! A opinião de um médico sobre o outro nem sempre está baseada no conhecimento das habilidades clínicas do colega.

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    Soma-se a isso um outro aspecto. Essa é uma área onde há espaço não auditado para qualquer intervenção e muitos profissionais julgam possuir a verdade, sem apresentar os prós e contras das suas orientações, numa postura muito longe de científica.

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    Cada profissional irá abordar o problema de uma maneira

    Costumo usar um exemplo com meus alunos de pós-graduação. Vamos pensar no caso de um menino de 7 anos com enurese noturna primária (i.e., faz xixi na cama desde sempre), morando com ambos os pais que têm um casamento instável e com uma irmã de 4 anos. Se os pais preocupados com o problema levarem a criança para um pediatra, neuropediatra ou psiquiatra estritamente biologicamente orientado, muito provavelmente irão sair da consulta com uma receita de uma entre três medicações (imipramina, DDAVP, oxibutinina).

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    A mesma família, nas mãos de um psicólogo que trabalha estritamente no referencial cognitivo-comportamental, ingressará num atendimento para condicionamento comportamental com um alarme urinário (dispositivo que é acionado quando a primeira umidade de urina aciona o sensor que emite um som acordando a criança), ou iniciará calendários com nuvenzinhas de chuva ou soizinhos associados a reforço positivo, na medida em que a criança consiga aumentar o controle.

    Se a mesma família for ao consultório de um psiquiatra ou psicólogo que trabalha num referencial sistêmico de terapia familiar, ouvirão que a criança é o paciente identificado e que a enurese é a expressão da instabilidade da relação dos pais e, portanto, o tratamento deve ser uma intervenção com toda a família. Por fim, nas mãos de um terapeuta de orientação estrita analítica, terão a indicação de uma psicoterapia individual com o entendimento que a enurese está associada a questões edípicas mal resolvidas com o nascimento da irmã e que a criança está expressando dessa forma a sua raiva. Complicado, não? Como decidir em que porta bater?

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    Afinal, como decidir?

    Como esta questão é complexa, mexe em questões de classe e não é estritamente baseada em evidência científica, resolvi pedir ajuda para os “universitários”. No meu caso, duas pessoas que eu respeito muito na área de saúde mental de crianças e adolescentes. A eterna professora de psiquiatria da Infância e Adolescência da UFRGS, Maria Lucrécia Zavaschi, e o professor de psiquiatria da Infância e Adolescência da USP, Guilherme Polanczyk. Eis as nossas sugestões.

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    Muito complicado? Demorado? Pois é, o risco da decisão rápida ou só embalada pela opinião dos outros é seu filho tomar uma medicação que não precisa ou ficar anos em terapia com um profissional que precisa mais dele do que ele do terapeuta!

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    (Ricardo Matsukawa/VEJA)

     

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