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O que fazer quando a transpiração é excessiva?

Existe tratamento para a hiperidrose, condição que afeta 10% dos brasileiros

Por Otávio Macedo
23 jan 2023, 17h22

Transpirar faz parte do mecanismo do corpo. O suor ajuda a equilibrar a temperatura corporal, seja durante atividades físicas ou devido à temperatura elevada do ambiente. Outros fatores, que fogem das causas naturais, também podem levar à produção de suor, como ansiedade, sensações de medo, nervosismo e raiva.

A transpiração passa a ser um problema quando é excessiva – ou seja, quando as glândulas sudoríparas produzem mais suor do que o necessário. Essa condição recebe o nome de hiperidrose e pode estar atrelada a fatores genéticos ou externos. Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Ipsos, pelo menos 10% da população brasileira é acometida por hiperidrose, sendo que apenas 29% desse grupo busca ajuda médica.

E, além de afetar o dia a dia das pessoas, o problema carrega uma série de estigmas sociais. De acordo com revisão recente publicada em 2022 no American Journal of Clinical Dermatology, quem sofre com a condição apresenta mais risco de desenvolver problemas  psiquiátricos e somáticos.

A hiperidrose pode ocorrer em áreas específicas como nas mãos e nas axilas ou generalizado por todo o corpo. É classificada em dois tipos: primária ou secundária – que se diferenciam principalmente pelas áreas afetadas, mas também nas formas de diagnóstico e cuidados.

A hiperidrose primária (focal) é chamada de idiopática. Acomete áreas com maior concentração de glândulas sudoríparas como as mãos, pés, cabeça e axilas. É hereditária e surge durante a infância ou adolescência. Além disso, pessoas com hiperidrose primária não transpiram em momentos de repouso ou sono.

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O suor generalizado em todo o corpo – mesmo em regiões incomuns – é o que caracteriza a hiperidrose secundária. É uma condição desenvolvida, que pode ser causada por uma série de fatores como efeitos secundários de outras doenças ou transtornos neurológicos, efeito colateral de medicações ou lesões locais do sistema nervoso central. Normalmente, surge na fase adulta e faz com que pacientes transpirem durante o sono.

Existe tratamento?

Alguns cuidados podem aliviar os sintomas da hiperidrose, como antitranspirantes com cloreto de alumínio que ajudam a controlar o suor excessivo. Existem também medicamentos – os anticolinérgicos – que apesar de promoverem a redução da hiperidrose, possuem diversos efeitos colaterais, como a boca seca, dor de cabeça ou sonolência.

Hoje o consenso médico é de que a melhor alternativa para hiperidrose ainda é a aplicação toxina botulínica do tipo A. Um estudo publicado em 2022 na Research, Society and Development aponta que essa é a técnica mais indicada e menos invasiva para tratar a condição.

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A toxina botulínica bloqueia temporariamente a liberação do neurotransmissor acetilcolina e, desse modo, a glândula sudorípara não recebe estímulo para produzir suor. Estudos indicam que com o tratamento há redução de 50% do suor na primeira semana, se estendendo até 94% na segunda semana pós-tratamento. Os efeitos costumam durar cerca de oito meses.

Intervenções cirúrgicas podem ser necessárias em casos mais graves. Esses tratamentos podem envolver a retirada das glândulas sudoríparas na região da axila ou a simpatectomia (procedimento que bloqueia gânglios responsáveis pela sudorese). É importante pontuar, no entanto, que ao deixar de suar nas axilas ocorre a hiperidrose migra para outros locais. Por isso, se tem optado mais pelo tratamento com a toxina botulínica.

No dia a dia é possível contornar o problema, usando sabonetes antibacterianos para amenizar o odor e dar preferência a roupas de algodão. Com as opções disponíveis, a hiperidrose tornou-se uma condição que pode ser facilmente tratada. O grande desafio ainda é que pessoas que sofram com ela busquem ajuda médica. Ao consultar um dermatologista, pode-se realizar o diagnóstico preciso e desenvolver o melhor protocolo.

Letra de Médico - Otávio Macedo
(./.)
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