Segundo dados da OMS e outros levantamentos independentes ao redor do mundo, em 2050 a população será de cerca de 10 bilhões de pessoas. Aliado aos problemas urbanos e sociais, surge uma grande preocupação relacionada a alimentação e mais focalmente na nutrição, prevenindo doenças e fornecendo adequado aporte de nutrientes relacionados à imunidade.
Com a atual pandemia de Covid-19, muito tem se falado sobre imunidade e como potencializá-la para evitar a contaminação com o vírus. O fato é que nenhum alimento por si só é capaz de realizar milagres e melhorar a imunidade, muito menos de um dia para o outro. O papel da nutrição em um melhor desempenho do sistema imunológico vai muito além disso, sendo um processo contínuo e construído ao longo do tempo.
Uma alimentação balanceada, com a ingestão correta tanto de macro como de micronutrientes é essencial para a manutenção adequada das defesas do organismo. Em especial, alguns nutrientes como as proteínas, vitamina A, C e D, ferro, zinco e selênio, são importantes reguladores das funções imunes, tanto na imunidade celular, primeira barreira de defesa, como também na chamada imunidade humoral, momento no qual começamos a produzir os famosos anticorpos.
Quadros de deficiência destes nutrientes, principalmente a proteína, podem prejudicar tanto a resposta imune adaptativa quanto a inata, interferindo negativamente em aspectos como menor produção de células relacionadas a resposta imunológica, por exemplo macrófagos e anticorpos, redução de citocinas, déficit no sistema antioxidante e diminuição da capacidade fagocitária de neutrófilos, dentre outros desdobramentos.
Por isso, os nutrientes, devem ser ingeridos nas quantidades corretas. Aumentar a ingestão isolada de determinado nutriente pode ser uma ação inadequada, na medida que faltarão outros, também importantes, no processo de aumento das células de defesa. Os produtos vegetais, frutas, verduras e legumes, entre 3 a 5 porções por dia, fornecem a necessidade de vitaminas e minerais. O aporte de proteínas de origem vegetal, é mais eficaz com o consumo de leguminosas como soja, feijão, lentilha e ervilha. Alguns trabalhos relacionam o consumo de sucos ácidos (laranja, maracujá e limão) como melhores para aumentar a absorção de ferro.
Após a pandemia deveremos focar em alimentos que contenham nutrientes importantes no nosso metabolismo, sem excesso de açúcar, sal ou gorduras. O importante é a nutrição das pessoas que foram infectadas, se trataram em casa ou tiveram alta hospitalar. Nesses casos a utilização de nutrientes, como proteínas é essencial.
A indicação de suplementos contendo alta concentração de proteínas é uma escolha acertada em pacientes de risco para Covid-19, desnutridos e idosos, com essa suplementação teremos uma certeza no estímulo à imunidade.
A ingestão de alimentos de maior valor proteico e uma dieta balanceada, prática preconizada nos mais diferentes manuais e diretrizes, sem dúvida é o correto, mas na realidade, devemos pensar nas possibilidades sociais, culturais e econômicas do comer corretamente.
Além da nutrição em si, outros fatores como a prática regular de atividades físicas, noites de sono de qualidade e até mesmo a saúde intestinal, também exercem papel fundamental sobre a imunidade, modulando positivamente a defesa contra infecções.