É HOJE! Assine a partir de 1,49/semana

Letra de Médico

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil
Continua após publicidade

Liberar máquinas de bronzeamento artificial é retrocesso

Radiação ultravioleta, utilizada nesses aparelhos, é comprovadamente o principal fator de risco para o câncer de pele, tumor mais frequente no país

Por Carlos Barcaui*
Atualizado em 26 nov 2024, 10h34 - Publicado em 26 nov 2024, 10h29
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A recente aprovação, pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, do projeto de lei nº 180/2024, que autoriza o uso de câmaras de bronzeamento para fins estéticos é alarmante e vai na contramão da saúde pública.

    A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) já expressou repúdio, e resta agora ao Poder Executivo zelar pelo bom senso, priorizando a vida e o bem-estar, vetando esse desatinado projeto.

    O principal fator de risco para todas as formas de câncer de pele é a radiação ultravioleta, que provoca lesões cumulativas no DNA, sobretudo quando há exposição intensa e intermitente durante a infância e adolescência.

    Assim como o tabaco está associado a cânceres como o de pulmão, a radiação ultravioleta é reconhecida como um agente cancerígeno. Diante disso, o Brasil, seguindo exemplos de países como Austrália e Irã, foi pioneiro ao proibir, em 2009, o uso de câmeras de bronzeamento artificial em todo o território nacional por meio de resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

    O câncer de pele é o tipo da doença mais frequente no mundo, apresentando-se principalmente como carcinoma basocelular, carcinoma de células escamosas e melanoma. Para fins estatísticos, os dois primeiros são classificados como cânceres de pele não melanoma.

    Continua após a publicidade

    No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que a cada ano surjam 220 490 novos casos de câncer de pele não melanoma e 8 980 de melanoma cutâneo. Nos Estados Unidos, os custos anuais com seus tratamentos alcançam impressionantes 8,1 bilhões de dólares.

    Assim como os tumores de próstata, mama e intestino, o câncer de pele pode ser detectado precocemente. Contudo, diferentemente de outros órgãos, a pele é o maior órgão do corpo e está ao alcance direto do exame clínico, facilitando a identificação de sinais de alerta como “feridas que não cicatrizam” e “pintas que surgem ou se modificam”.

    Com esse compromisso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza há 25 anos a campanha de combate ao câncer de pele, o Dezembro Laranja, antes do início do verão. No primeiro sábado de dezembro, mais de 100 serviços médicos credenciados em todo o Brasil promovem exames dermatológicos gratuitos, conduzidos por mais de 2000 médicos voluntários.

    Continua após a publicidade

    Em 2023, foram realizados cerca de 19 mil atendimentos, e a campanha da SBD figura no Guinness Book desde 2009 como a maior ação simultânea de triagem de câncer de pele do mundo.

    Que sigamos sendo reconhecidos pelo protagonismo em banir câmeras de bronzeamento e por promover campanhas de saúde pública dignas do Livro dos Recordes, e não por retrocessos que, em prol de interesses estéticos e financeiros, comprometem a saúde da população.

    * Carlos Barcaui é dermatologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, coordenador da Campanha Nacional do Câncer de Pele e professor titular da UERJ

    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.