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Leucemia: informação é crucial para melhor entender, cuidar e salvar vidas

No "fevereiro laranja", associação quer levar conhecimento sobre este câncer do sangue a médicos, pacientes e sociedade em geral

Por *Catherine Moura
13 fev 2024, 10h57

Em entrevista com quase mil pacientes diagnosticados com leucemias, durante a realização da Jornada do Paciente Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), descobrimos dados que chamaram a atenção e, sobretudo, trouxeram grande preocupação: 45% não sabia ou não compreendia o tratamento que realiza, sendo que para 15%, o principal motivo foi não ter recebido informação suficiente ou compreensível do seu próprio médico, durante as consultas.

Sou médica e essa informação, relatada pelos pacientes, me deixa pensativa. Como cuidadores de pessoas nos comprometemos com a vida do próximo, e faz parte desse cuidar a garantia de que o paciente compreenda a sua doença, seus sintomas e o tratamento que enfrentará. Em que momento isso se perdeu?

O vínculo e a troca de informação entre médico e paciente, durante as consultas, são fatores muito importantes no processo do cuidar. Ainda mais quando se trata das leucemias, tipo de câncer do sangue que tem início na medula óssea, quando os glóbulos brancos (tipo de célula sanguínea), por conta de uma alteração genética, passam a se proliferar de maneira desordenada e deixam de desempenhar sua função de proteção do corpo contra vírus, bactérias, dentre outros perigos.

Médicos devem estar atentos

Assim que o paciente chega e conta brevemente os sintomas que vem apresentando, como cansaço extremo, sangramentos, hematomas, emagrecimento e dores ósseas, o médico atendente precisa ficar atento para realizar o diagnóstico diferencial – incluindo suspeitar de um câncer hematológico.

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Durante a investigação clínica, o hemograma é o exame fundamental. Ele é significativo para detectar se há desordem das células do sangue. A partir de um resultado alterado que leve o profissional a suspeitar de uma leucemia, o paciente será então encaminhado ao médico hematologista, especialista que cuida dos cânceres e doenças do sangue, para assim confirmar o caso e finalmente começar sua jornada terapêutica.

Informação é crucial

Outro ponto importante que nossa pesquisa mostrou é que 83% dos pacientes nunca tinha ouvido falar sobre esse tipo de câncer antes do diagnóstico. E esta falta de informação, de conhecimento, pode ser bastante prejudicial para os bons resultados clínicos, afinal o diagnóstico precoce faz a diferença.

Nas leucemias agudas, que têm uma evolução bem rápida e são consideradas urgência médica, somente 1/3 dos pacientes conseguiu o diagnóstico em até uma semana. Isso é muito delicado e pode custar a vida da pessoa, a depender do quadro.

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A ciência tem evoluído muito e as possibilidades de tratamento para as leucemias são diversas. Dentre as opções estão quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia e também o transplante de medula óssea com doador (aparentado ou não). E mais recentemente o CAR-T Cell, uma nova terapia genética que vem demonstrando resultados clínicos promissores na leucemia linfocítica aguda em adultos e crianças, dentre outras doenças.

Por isso, nós da Abrale trabalhamos incansavelmente com o objetivo de levar conteúdo de fácil compreensão, em diferentes formatos, a toda população. Informação em saúde salva vidas, por isso é necessário ampliá-la no país. As pessoas precisam conhecer os sinais de alerta das leucemias e os médicos devem acolher os pacientes com atenção às suas necessidades singulares.

Que neste Fevereiro Laranja, mês de conscientização das leucemias, possamos cada vez mais disseminar conhecimento e promover educação e empoderamento para a sociedade como um todo. Saber é saúde. Mantenha seus exames de sangue em dia.

*Catherine Moura é médica sanitarista e CEO da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale)

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