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Estética é apenas a ponta do iceberg quando falamos de obesidade

Manter-se em forma vai muito além da imagem e da autoestima. Cada vez mais estudos científicos relacionam o excesso de peso às doenças cardiovasculares

Por Maria Cristina Izar*
9 jan 2024, 08h00

Manter-se dentro do peso ideal deveria passar longe de ser um propósito meramente estético. O combate à obesidade e ao sobrepeso pressupõe
uma luta para conquistar, prioritariamente, saúde. Mas, se no final dessa história, a imagem refletida no espelho fizer bem para a autoestima, excelente.

A obesidade é um fator de risco para doenças cardiovasculares, que têm se tornado cada vez mais prevalente na sociedade e está ligada às principais causas de morte no Brasil: acidente vascular cerebral (AVC), infarto, diabetes e hipertensão geralmente têm raiz no peso acima dos parâmetros ideais.

Como se fosse pouco, estudos recentes comprovam uma associação entre uma disfunção do organismo e a obesidade. Trata-se da dislipidemia aterogênica, um conjunto de alterações nos níveis de gorduras no sangue, caracterizadas pelo HDL-C (colesterol bom) baixo e pela elevação dos triglicérides. Pesquisas revelaram que 39% dos pacientes com dislipidemia aterogênica vivem com obesidade.

Os triglicérides são as gorduras que circulam no sangue, tanto as que ingerimos nos alimentos (especialmente os ricos em carboidratos) como as produzidas pelo fígado. A superprodução hepática de lipoproteínas ricas em triglicérides é uma característica marcante da obesidade e também do diabetes. Da mesma forma, é achado comum na população com obesidade o colesterol bom em índices insatisfatórios. Além disso, as mulheres são as mais impactadas pela combinação entre triglicérides alto e doenças cardiovasculares.

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Para a comunidade científica é importante a compreensão dos mecanismos que levam à dislipidemia aterogênica, uma vez que este entendimento pode contribuir para terapias farmacológicas. A importância desta discussão pauta a mais recente edição da revista científica da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), que foi totalmente dedicada ao tema obesidade e doenças do coração e deverá ser publicada nas próximas semanas.

Obesidade no Brasil

Dados do Ministério da Saúde apontam que o problema atinge 6,7 milhões de brasileiros. O número de pessoas com obesidade mórbida ou com índice de massa corporal (IMC) grau III acima de 40 kg/m² era de 863.086 em 2022, totalizando 4,07% da população. Já 20% apresentavam obesidade grau I e 7,7% grau II.

Em um país tropical como o nosso, não raro, o corpo ideal é um objetivo a ser alcançado, muitas vezes, às custas de medidas não ortodoxas, como o uso irregular de medicamentos ou dietas não saudáveis. Sem dúvida, esta não é a melhor opção, mas não podemos e não devemos banalizar a obesidade. Ao contrário: ela precisa ser encarada como uma doença a ser combatida e não por conta de padrões estéticos. Mas pensando no bom funcionamento do sistema cardiovascular.

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A Associação Americana do Coração, (AHA, sigla em inglês) propõe oito atitudes essenciais para viver, prevenir ou retardar as doenças cardiovasculares e outras relacionadas ao envelhecimento, como as demências: manter o peso ideal, os níveis-padrão de açúcar no sangue, de colesterol e da pressão arterial, ter um sono saudável, alimentação equilibrada e realizar exercícios físicos regularmente, além de não fumar.

Entre cultuar o corpo e cultuar a saúde opte pelos dois, porque o caminho certo é o mesmo e não há atalhos se você quiser manter sua integridade
física. Estamos falando em longevidade. E em qualidade de vida nesta vida longa conquistada.

* Maria Cristina Izar é cardiologista, presidente da SOCESP (biênio 2024/2025) e professora adjunta livre docente da Disciplina de Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo

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