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Emagrecimento e obesidade viram temas do Oscar

Mestre de cerimônias fez piada com Ozempic; melhor ator interpretou professor com obesidade. Especialista comenta

Por Carlos Eduardo Barra Couri*
Atualizado em 13 mar 2023, 21h11 - Publicado em 13 mar 2023, 20h53

O Oscar é uma cerimônia icônica. De uns anos para cá, tem sido também um termômetro da sociedade global, sendo palco de discussões sobre geopolítica, costumes, relações sociais, preconceito, religião.

Na edição de 2023, os temas do emagrecimento e da obesidade foram destaque na premiação. Evocando um fenômeno mundial, o mestre de cerimônias Jimmy Kimmel fez piada com o Ozempic, medicamento criado para tratar o diabetes e que vem sendo usado na perda de peso.

Já Brendan Fraser levou a estatueta de melhor ator pelo filme “A Baleia”, um dos mais comentados do Oscar deste ano. O americano teve uma atuação brilhante e emocionante ao interpretar um personagem com obesidade grau 3 (a mais grave) e episódios de compulsão alimentar.

Na história, Fraser é um professor de escrita criativa que nunca liga a câmera do computador durante as aulas online e também evita contato visual com outras pessoas em sua rotina, inclusive com o entregador de pizza.

É marcante o sofrimento do personagem com a compulsão alimentar, a obesidade e a imagem corporal. Um tema árido, mas que, sob os holofotes do Oscar, pode ajudar milhões de pessoas a entender melhor essas condições e até mesmo a procurar apoio médico, caso se sintam em situação semelhante (algo que o protagonista do filme se recusa a fazer).

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A compulsão alimentar é um transtorno psiquiátrico que raramente faz as pessoas procurarem um profissional de saúde. Na maioria das vezes, só existe uma consulta quando há a obesidade, pois o ganho de peso costuma acompanhar o quadro. É uma doença subdiagnosticada e que precisa ser mais conhecida mesmo dentro da classe médica.

Abordar a compulsão e a obesidade no cinema é uma forma de trazer o tema à tona e colaborar para o diagnóstico e o tratamento das pessoas que convivem com elas. Assim espero.

Em meio à seriedade do problema colocado por “A Baleia”, o comediante e mestre de cerimônias Jimmy Kimmel apontou, em tom de brincadeira, uma associação entre a beleza dos artistas presentes na festa e o suposto uso do remédio Ozempic.

Ozempic é o nome comercial do medicamento semaglutida, aprovado para o tratamento do diabetes, mas utilizado por muita gente por seu efeito na perda de peso.

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Cresce o número de pessoas que recorrem à semaglutida como estratégia para emagrecer ou mesmo por pura finalidade estética, mas sem orientação e acompanhamento médico. Veja, ela é uma excelente medicação para controlar o diabetes e realmente promove redução do peso corporal, mas, como qualquer remédio, tem contraindicações.

A grande procura pelo fármaco nos últimos meses trouxe à discussão o receio do uso indiscriminado, até porque ele pode ser comprado sem apresentação da receita médica. A própria fabricante, a farmacêutica Novo Nordisk, fez um comunicado informando do risco de desabastecimento do medicamento pelo mundo devido ao elevado consumo. E, numa dessas, pessoas com diabetes poderão ficar sem tratamento.

Vale destacar que, recentemente, a Anvisa autorizou a comercialização de outra versão da semaglutida, em dosagem diferente, especificamente para o tratamento da obesidade (o Wegovy).

Enfim, o Oscar 2023 cumpriu seu papel de trazer à tela e ao debate temas sensíveis e importantes. Espero que os desdobramentos dessa história sejam proveitosos para a saúde física e mental de todos nós.

Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto, criador e curador do Endodebate e colunista de VEJA SAÚDE
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