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Colesterol ainda não é visto como risco para doenças cardiovasculares

Pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo apurou o nível de informação das pessoas sobre o que contribui para patologias no coração

Por Andrei Sposito*
8 ago 2025, 12h00

Apesar de ser um dos fatores mais significativos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCVs), o colesterol ainda não recebe a devida atenção. Em uma pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), ao serem questionados sobre quais fatores podem aumentar a probabilidade de problemas do coração, 34% dos entrevistados não citaram o colesterol elevado como uma das condições relacionadas.

Em um país onde cerca de 40% da população convive com os índices acima do recomendado (60 milhões) – a falta de conhecimento preocupa: é um desafio que diagnosticados façam o controle adequado. Quando não há clareza a respeito das consequências, a tendência de é que o cenário seja ainda mais grave.

O colesterol total é considerado alto acima de 200 mg/dL e o colesterol LDL (o “ruim”), aquele que impacta a saúde cardiovascular, está elevado a partir de 160 mg/dL. Sabe-se que 70% daqueles com alguma DCV têm colesterol alto, porém, as recomendações consideram o risco calculado para cada paciente.

Um exemplo são indivíduos que já sofreram infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC). Para eles, os valores do colesterol ruim devem ser ainda mais baixos (<50mg/dL). Para quem não apresenta fatores de vulnerabilidade cardíaca, permite-se até 130 mg/dL. Manter o colesterol ruim em níveis desejáveis para o seu perfil previne o primeiro evento ou sua recorrência.

O colesterol elevado entra no ranking das doenças silenciosas, que praticamente não apresentam sintomas e só podem ser detectadas via exame de sangue, que precisa ser repetido pelo menos uma vez ao ano. Crianças não estão isentas: a verificação comece aos 10 anos e, quando houver histórico familiar, a partir dos 2 anos.

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Ainda segundo a pesquisa, 11,7% nunca haviam feito o teste de colesterol e 34,2% o tinham realizado há mais de um ano. Entre os que procederam a aferição, 13,9% afirmaram ter colesterol elevado, mas, mesmo assim, não faziam uso de medicação. Outros 17,6%, também diagnosticados com colesterol alto, confirmaram tomar os remédios prescritos. Mas 12,9% dos que se submeteram ao exame desconheciam o resultado. Os restantes 55,6% estavam com o colesterol dentro da normalidade.

A entidade ouviu 1.765 pessoas, sendo 56,6% mulheres e 43,4% homens, nas cidades de Araçatuba, Araras, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Santos, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba e na capital paulista.

Neste 8 de agosto, acontece o Dia Nacional de Combate ao Colesterol Elevado. A data foi criada para promover a conscientização, que – comovisto no levantamento da Socesp – se mostra necessária. A população deve ser alertada sobre este, que é um dos fatores de risco que mais causam as doenças cardiovasculares. Para contribuir com esta mobilização, durante o mês de agosto, a Socesp fará campanha sobre os perigos do colesterol alto: postagens em redes sociais, publicação de artigos em seu site, além de entrevistas com especialistas no formato de podcasts e vídeos.

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Dieta saudável e atividade física

O colesterol é vital para o organismo, pois atua na produção de hormônios e na regeneração celular. Mas, em excesso, o LDL prejudica a saúde cardiovascular porque se deposita nas artérias, formando placas que podem obstruir o fluxo sanguíneo. Estima-se que 50% dos infartos no país seriam evitados se o colesterol estivesse dentro dos parâmetros.

O controle do colesterol irá variar de pessoa para pessoa, mas sempre dependerá da avaliação e orientação médica. Existem classes de medicamentos eficazes, como as estatinas – sinvastatina, atorvastatina ou rosuvastatina –, que agem diminuindo a produção de colesterol LDL.

Mas a melhor maneira de prevenir ou controlar o colesterol elevado inclui dieta equilibrada e atividade física na rotina. O Departamento de Nutrição da Socesp, que elaborou um guia de alimentos “amigos do coração” e publicou no site da entidade, reforça a importância de uma alimentação pobre em gorduras saturadas e industrializados e rica em vegetais e carnes magras. Além disso, fibras solúveis (contidas na maçã, aveia, abacate, gérmen de trigo, vagem e favas) ajudam a diminuir os níveis de colesterol LDL e a estabilizar a glicose no sangue.

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Sabemos que adotar padrões mais saudáveis nem sempre é tarefa fácil. Mas devemos lembrar que essas mudanças podem funcionar como uma defesa contra doenças que matam cerca de 400 mil pessoas ao ano só no Brasil.

*Andrei Sposito é cardiologista, e diretor de pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp)

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