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Câncer de mama: o que há de novo no tratamento?

Médicos explicam as grandes inovações para o tipo mais comum de tumor mamário - elas vão de medicamentos anti-hormonais a treinos de resistência

Por Antonio Carlos Buzaid e Jéssica Ribeiro Gomes*
29 out 2024, 08h00
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  • O tratamento do câncer de mama está em constante evolução. Para podermos enfrentar essa doença de forma mais consciente e proativa, vamos destacar alguns avanços recentes que têm impactado em seu subtipo mais comum, o luminal, aquele com receptores hormonais positivos e HER-2 negativo.

    Um dos grandes destaques está no tratamento anti-hormonal feito para os tumores localizados. Nos últimos anos, o medicamento abemaciclibe tem elevado as chances de cura em um grupo restrito de mulheres com gânglios linfáticos comprometidos pelo câncer. A novidade agora é a chegada de um segundo remédio, o ribociclibe, que amplia esse grande benefício para um número ainda maior de pacientes, incluindo aquelas sem gânglios afetados.

    Esta indicação recebeu aprovação pela FDA nos Estados Unidos. Ainda não está liberado no Brasil para uso nesse contexto, mas esperamos esse aval em futuro breve.

    No tumor metastático, com disseminação para outros órgãos, o ribociclibe e o abemaciclibe também são fundamentais. De forma notável, eles se mostraram até mais eficazes do que quimioterapia mesmo diante de uma doença mais avançada ou agressiva, favorecendo muitas mulheres com terapias tão relevantes.

    Mas e quando o câncer luminal não responde mais aos tratamentos anti-hormonais? A ótima notícia é que, nesses casos, temos disponível um medicamento muito efetivo chamado trastuzumabe deruxtecana. Recentemente, ele revelou ser superior à quimioterapia convencional nos tumores que apresentam uma baixa expressão da proteína HER-2. Com isso, podemos alcançar respostas ainda melhores contra o tumor e, dependendo de cada caso, adiar o início da quimioterapia.

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    E é claro que novos tratamentos estão surgindo. É o caso do inavolisibe, um remédio voltado para tumores avançados que têm um gene mutado chamado PIK3CA e que foi aprovado há pouco nos Estados Unidos. E o patritumabe deruxtecana, uma terapia emergente que vem sendo estudada em pacientes já tratadas com quimioterapia. Os resultados preliminares são promissores.

    Apesar desses avanços, estudos recentes apresentados no Congresso Europeu de Oncologia (ESMO 2024) trouxeram dois alertas importantes que vão além dos novos medicamentos. Primeiro: a adesão ao tratamento é crucial. Mulheres que tomam os anti-hormônios regularmente, sem grandes interrupções, têm muito mais chances de cura, especialmente entre as mais jovens.

    Segundo: mudanças no estilo de vida são essenciais. A prática de atividade física de alta intensidade, principalmente de resistência, favorece as chances de cura e reduz a fadiga em mulheres recebendo quimioterapia para tratar um câncer localizado. Ou seja, nada de ficar parada. A atividade física é uma ferramenta valiosa no combate ao câncer.

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    Por fim, o tratamento evolui a cada dia, renovando nossas esperanças e melhorando as perspectivas para as pacientes. Mas lembre-se: nesta luta, a prevenção sempre deve ser nossa prioridade máxima.

    * Antonio Carlos Buzaid é oncologista e diretor médico do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e fundador do Instituto Vencer o Câncer; Jéssica Ribeiro Gomes é oncologista e consultora médica do MOC – Manual de Oncologia Clínica do Brasil

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