Quase quatro meses depois de receber o relatório da CPI da Pandemia, a Procuradoria-Geral da República resolveu questionar a legitimidade dos procedimentos utilizados pelo Senado para manter e documentar a cronologia das provas levantadas contra Jair Bolsonaro, cinco ministros e 70 investigados.
A procuradoria pediu ao Supremo para “esclarecer” uma série de aspectos formais sobre o acervo de provas, entre eles:
* A data dos documentos enviados à PGR pela Secretaria de Comissões do Senado;
* A compatibilidade do conteúdo das provas apresentadas com o material colhido pela CPI durante seis meses de funcionamento;
* Se houve “recortes” dos fatos relatados pela comissão; e,
* Como foi o “controle de acesso” a documentos sigilosos após o encerramento da CPI.
A juíza Rosa Weber, do Supremo, devolveu o questionário ao procurador-geral Augusto Aras, indicando-lhe o caminho mais curto: procurar respostas diretamente com o Senado.
Senadores estranharam que, depois de quase quatro meses sem sequer abrir um inquérito, a procuradoria-geral, agora, esteja semeando desconfiança sobre a legitimidade das provas. Anunciam reação.