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PSDB chega aos 34 anos sem candidato, sem projeto e em plena desordem

Consenso, realmente, só existe sobre aquilo que se tornou inexistente: partido não tem projeto para se apresentar como alternativa nesta temporada eleitoral

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2022, 15h53 - Publicado em 24 Maio 2022, 08h00
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  • Partidos políticos se estruturam para conquistar o poder.

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    O PSDB é diferente. Aos seis anos de idade, em 1994, chegou ao poder. Vai completar 34 anos, em 25 de junho, ainda sem saber como se organizar.

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    Isso porque, para alguns tucanos influentes, a desorganização no fragmentado universo partidário virou meio de vida à margem do poder.

    A renúncia do ex-governador paulista João Doria à candidatura presidencial, ontem, é produto dessa interessada desordem.

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    Não há nessa crise qualquer resquício de impasse ideológico.

    Todos os envolvidos se moveram — e seguem — motivados por razões pragmáticas, eleitorais e financeiras.

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    Doria tropeçou no próprio manto. Venceu a dura disputa nas prévias mas acabou isolado dentro do partido.

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    Candidato de si mesmo, se viu obrigado a renunciar três vezes em apenas 56 dias.

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    Se despediu do governo de São Paulo na quarta-feira dia 30 de março para se candidatar a presidente.

    Na noite seguinte, sob pressão para renunciar à candidatura, anunciou à cúpula do partido que resolvera continuar governador.

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    Deu errado. Foi obrigado a renunciar ao súbito desejo de continuar no Palácio dos Bandeirantes, e seguir o roteiro previsto da entrega do governo estadual ao vice, Rodrigo Garcia.

    Para aliados como Garcia, a candidatura presidencial de Doria passou a representar um fator limitador às negociações de alianças na campanha pela reeleição ao governo de São Paulo.

    Para adversários, como o deputado Aécio Neves, o mais influente na bancada do PSDB na Câmara, a candidatura de Doria era um inconveniente na origem, no presente e no horizonte.

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    Cada cacique tucano tem um plano de vôo diferente para o PSDB. O resultado é uma disputa pelo controle do partido na convenção de julho, se possível, ou depois das eleições, no ano que vem.

    Há alguns aspectos comuns nesses projetos. O primeiro é a necessidade de sobrevivência do partido desorganizado num Congresso fragmentado.

    Outro é a incerteza coletiva sobre ter candidato próprio na disputa presidencial.

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    Muitos acham sedutora a perspectiva de “economizar” R$ 60 milhões em gastos de campanha presidencial, investi-los na eleição legislativa e liberar alianças nos Estados.

    Por enquanto, poucos demonstram entusiasmo com o desenho de um pacto com o MDB, para figurar na vice-presidência da senadora Simone Tebet.

    Consenso, realmente, só existe sobre aquilo que se tornou inexistente: o PSDB não tem um projeto de governo para se apresentar como alternativa nesta temporada eleitoral.

    No deserto de ideias, votos são rarefeitos e a escassez transforma o poder em miragem. Resta a desordem.

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