Assine VEJA por R$2,00/semana
José Casado Por José Casado Informação e análise
Continua após publicidade

Na Câmara, esqueceram de combinar com as mulheres

ONGs dos direitos civis reagem à proposta de mudança no sistema eleitoral, que ameaça reduzir ainda mais a pequena bancada feminina no Legislativo

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 jun 2021, 10h49 - Publicado em 17 jun 2021, 09h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Depois de restringir a punição a agentes públicos — políticos, principalmente — em casos de corrupção, a Câmara dos Deputados prepara a votação de uma nova lei eleitoral, para valer no próximo ano.

    Publicidade

    Arthur Lira, presidente da Câmara, quer aprovar as mudanças nas próximas duas semanas, antes do recesso.

    Publicidade

    Uma das alterações seria a instituição de um novo sistema de votação eleitoral, o Distritão, no qual apenas os candidatos mais votados são eleitos.

    Esse sistema foi rejeitado no plenário da Câmara há menos de cinco anos, e está limitado a quatro países — Afeganistão, Jordânia, Vanatu, no arquipélago das Novas Hébridas, e Ilhas Pitcairn, na Polinésia.

    Publicidade

    Foi descartado em 2017 sob o argumento de que tende a favorecer a corrupção e o clientelismo, além de fragilizar a representação partidária, já excessivamente fragmentada com 37 partidos e outros 70 com pedido de regularização na Justiça Eleitoral.

    LEIA TAMBÉM: Câmara aprova texto-base de projeto que muda lei da improbidade

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Na prática, reduziria significativamente o número de candidaturas em cada partido. Beneficiaria parlamentares candidatos à reeleição no próximo ano. E restringiria ainda mais a renovação dos quadros políticos, sobretudo por gênero e etnia.

    No ambiente masculino do Legislativo, onde os homens dominam 85% dos 513 votos na Câmara, aparentemente, esqueceram de combinar com as mulheres.

    Publicidade

    Elas somam apenas 15% no plenário de deputados, mas formam maioria de 53% no eleitorado de 147 milhões de brasileiros.

    A perspectiva de redução da bancada feminina — e étnica — no Congresso, nas assembleias legislativas e e câmaras municipais começou a provocar reações nas cidades.

    Publicidade

    Organizações de defesa dos direitos civis decidiram protestar contra essa e outras mudanças projetadas nas regras eleitorais de 2022.

    Continua após a publicidade

    Centena e meia de entidades se uniram, nesta semana, em defesa da preservação do atual sistema de voto proporcional, que consideram “mais inclusivo” em gênero e etnia.

    Criaram uma Frente pelo Avanço dos Direitos Políticos das Mulheres e anunciam pressão sobre o Congresso. Justificam: “O compromisso de manter o patamar mínimo atual de candidaturas, ou ainda ampliar este percentual, é o único ponto de partida para propostas que assegurem o que conquistamos.”

    “Entendemos que as propostas de reserva mínima de 15% de vagas parlamentares [para mulheres] representam um retrocesso por já ser a média atual” — acrescentam em manifesto. “Assim, qualquer proposta que pretenda legislar sobre reserva de vagas não pode estar abaixo de 30%, porcentagem que há muito é considerada como o mínimo.”

    A cota hoje existente (de 30%) para mulheres, lembram, apenas deixa o país em posição similar à média latino-americana, e em 18º lugar no ranking continental da União Interparlamentar.

    No mapa-múndi da presença feminina no Legislativo, a situação do Brasil nem chega a ser ruim, é péssima: ocupa o 142º lugar entre os países que integram as Nações Unidas.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.