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Lula manda PT apoiar reeleição de Lira, líder do Centrão

Lira conduz a migração de parte do Centrão (PP, PL e Republicanos) para aliança com Lula. Em contrapartida, garante fatia de poder no novo ciclo de governo

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 nov 2022, 09h00
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  • Está previsto para a tarde de hoje, em Brasília, o anúncio da primeira decisão política do futuro governo: o PT de Lula, o PSB do vice Geraldo Alckmin e quatro partidos aliados (PV, PCdoB, Psol e Rede) apoiam a reeleição do deputado Arthur Lira na presidência da Câmara.

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    Havia uma expectativa de adesão de Lira, mas aconteceu o contrário: Lula mandou sua base aderir ao deputado do Progressistas de Alagoas, comandante do Centrão, o agrupamento partidário que até à eleição funcionou como esteio parlamentar do adversário Jair Bolsonaro. O deputado pretende se manter na presidência da Câmara até fevereiro de 2025.

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    É caso exemplar de que, na política, a ocasião faz o aliado. Para o novo governo, apoiar a reeleição Lira representa a perspectiva de alguma estabilidade nas relações com a Câmara, onde o presidente tem o poder de definir a pauta de votações e, também, de vetar pedidos de impeachment — Bolsonaro teve centena e meia mantidos na gaveta. “O interesse é na governabilidade”, justificou o deputado José Guimarães, reeleito para o quinto mandato pelo PT do Ceará.

    Lira, 53 anos, muda para continuar onde está. Conduz a migração de parte do Centrão (PP, PL e Republicanos) para a aliança com Lula. Em contrapartida, garante uma fatia de poder no novo ciclo de governo, a partir de janeiro. Vai acabar superando seu instrutor, confidente e conselheiro, o ex-deputado Eduardo Cunha, que presidiu a Câmara na crise do impeachment de Dilma Rousseff.

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    Lula reafirma a opção de viver numa metamorfose ambulante, como já se definiu parafraseando o poeta Raul Seixas. Em maio, por exemplo, criticou Lira para uma plateia de metalúrgicos paulistanos: “Age como se fosse um imperador. Já quer tirar o poder do presidente para que o poder fique na Câmara. E acha que pode mandar [na República] administrando o orçamento.”

    Há três semanas Lula reuniu-se com Lira, em Brasília. Não se sabe exatamente como foi a longa conversa, mas é certo que o presidente eleito mudou a velha opinião formada sobre o líder do Centrão. “Ele quer ajudar”, comentou, lacônico.

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    O anúncio do apoio de Lula, Alckmin e aliados à reeleição de Lira no comando da Câmara deve ser visto como uma celebração do pragmatismo. A melhor tradução desses momentos na política nacional saiu da fina ironia do ex-deputado Delfim Netto: “O poder é que nem violino: toma-se com a esquerda, mas toca-se com a direita.”

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