“Sabemos que eleições são disputadas entre opositores que antagonizam posições, isso faz parte, mas faço uma ponderação: sejamos incansáveis em buscar serenidade de ânimos para evitar que a disputa democrática pelo voto se transforme numa arena de ataques, ofensas e agressões pessoais e mútuas. […] O capital brasileiro, para ajudar o Brasil a manter os motores do crescimento funcionando, precisa de democracia, de robustez institucional, de estabilidade política, de segurança jurídica e de previsibilidade. Faço um apelo às principais forças políticas que disputam as eleições para um gesto de grandeza dos candidatos, para que deixem os ataques e as ofensas de lado e tenham como único alvo o debate de ideias e de propostas. […] O bom funcionamento das instituições e o equilíbrio dos Poderes, além de fundamentais para a nossa democracia, são condições indispensáveis para o desenvolvimento econômico e social do nosso país. Na democracia, no debate aberto e livre das propostas e ideias, ninguém perde, todos ganhamos: setor privado, setor público e a população em geral (…) A mais efetiva política social é a retomada do crescimento econômico, com geração de emprego e transferência de renda. E sem voltar a crescer em níveis elevados e por períodos mais longos, não há política social que se sustente. Sem crescer de forma sustentada, infelizmente, no futuro próximo, não teremos o que distribuir (…) Desculpem-me pela franqueza, mas às vezes me parece que essa discussão [eliminar ou não o teto de gastos públicos ou de ter ou não uma nova âncora fiscal] é uma espécie de estratégia para contornar as nossas restrições fiscais. Temos que discutir o orçamento como um todo, definir nossas prioridades, em especial os investimentos, e aí alocar os nossos recursos.”
(Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos, Febraban.)