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Direita jogou governo pela janela e ajudou a inflar o antibolsonarismo

Governo começou enquadrado numa moldura militarista e acabou emparedado pelos antigos escudeiros de Eduardo Cunha, o arquiteto da versão atual do Centrão

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 out 2021, 08h00
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  • O antibolsonarismo se consolida como núcleo da campanha de 2022, deixando em segundo plano o antipetismo.

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    É uma relevante mudança na cena política brasileira. Pela primeira vez em quinze anos a rejeição ao petismo  aparece em segundo plano.

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    Desde 2006, quando Lula se reelegeu em meio à crise do Mensalão, ocorreram quatro disputas presidenciais e um impeachment. Nesse período, o antipetismo condicionou os discursos, os programas e as estratégias de partidos e candidatos, aliados ou adversários.

    O antibolsonarismo mudou o cenário e se tornou dominante. Está refletido no avanço contínuo da reprovação ao governo: aumentou em 21 pontos percentuais entre dezembro de 2020 e o mês passado, segundo o Datafolha. Saltou de 32% para 53%, avançando ao ritmo de 2,3 pontos mensais.

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    Se traduz no derretimento da candidatura de Bolsonaro à reeleição. Ele tem a rejeição declarada por seis de cada dez eleitores. Essa taxa era de 45% na véspera do primeiro turno de 2018, e de 33% um ano antes, em setembro de 2017.

    Notável, também, é o fato de que a ascensão do antibolsonarismo não tenha se revertido numa queda abrupta da rejeição a Lula. O antipetismo ou antilulismo continua forte e estável pela régua das pesquisas.

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    Em setembro, foram 38% os eleitores que declararam não votar “de jeito nenhum” no líder do Partido dos Trabalhadores. Em 2017 eram 33%, informa o Datafolha. Lula estava preso na eleição de 2018, mas o candidato presidencial que ele escolheu para o PT, Fernando Haddad, alcançou 40% de rejeição na véspera do primeiro turno.

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    Muito deverá ser escrito nos próximos meses sobre a ascensão do antibolsonarismo como eixo da disputa presidencial de 2022. As razões, por óbvio, derivam da ilusão de uma aliança liberal-conservadora na extrema-direita e capitaneada por Bolsonaro.

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    Os últimos 33 meses mostram um governo errático. Começou enquadrado numa moldura militarista e, no meio do mandato, virou retrato em preto e branco, emparedado pelos antigos escudeiros de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e autor da atual arquitetura do Centrão.

    Sem bússola, tem-se a reafirmação diária do pandemônio pandêmico e econômico. Quando essa história for contada em detalhes uma conclusão será incontornável: no Brasil, depois de muito tempo a direita conseguiu ganhar uma eleição, mas jogou a oportunidade pela janela. Fracassou até em fazer o governo funcionar.

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