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Derrotado, presidente argentino decide festejar triunfo que não existiu

Alberto Fernández avança de derrota em derrota sem perder o entusiasmo: diante do fracasso nas urnas, escolheu a ilusão da vitória

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 nov 2021, 13h32 - Publicado em 15 nov 2021, 09h00
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  • .Lula e Jair Bolsonaro -
    Alberto Fernández: primeira vítima da implosão eleitoral de uma débil aliança peronista — (Ricardo Ceppi/Getty Images)

    O presidente argentino Alberto Fernández avança de derrota em derrota sem perder o entusiasmo: marcou para quarta-feira nas ruas de Buenos Aires a comemoração de um triunfo eleitoral que, simplesmente, não existiu.

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    Fernández, de 62 anos, advogado criminalista, acostumou-se a recorrer à ilusão da vitória no manejo do Direito Penal. Na política, porém, costuma ser um recurso prévio ao desespero.

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    Ontem, a aliança que elegeu Fernández perdeu as eleições legislativas por diferença expressiva (9%) que indica o fim de um ciclo de duas décadas no peronismo. Mesmo assim, ele gravou um discurso marcando dia, hora e local para celebrar a vitória.

    O peronismo perdeu a maioria simples que detinha no Senado. Eram 41 senadores peronistas, agora a bancada será reduzida a 35. A oposição liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri avançou de 15 para 31 senadores.

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    Na prática, até para aprovar um projeto de lei ordinária, o governo vai precisar negociar com os adversários no Senado, onde a estrela peronista é Cristina Kirchner, vice-presidente de Fernández, para quem a palavra “negociação” sempre foi sinônimo de derrota.

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    Tendo governado a Argentina, primeiro com o marido Néstor Kirchner, presidente de 2003 a 2007, e, na sequência, elegendo-se sucessora por oito anos, ela é a figura mais poderosa do peronismo. Montou a aliança que deu vitória a Fernández em 2019, assumiu como vice-presidente e presidente do Senado.

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    Cristina e Fernández mal se falam. Eles instituíram um regime de coabitação no presidencialismo argentino, no qual ela tem poder de demitir ministros, nomear funcionários em áreas-chave do governo e determinar o rumo das políticas econômicas e externa.

    Até aqui, Fernández presidia, Cristina governava. A magnitude da derrota eleitoral de ontem deixa o presidente exposto como primeira vítima da implosão eleitoral de uma débil aliança formatada por Kirchner há três anos para elege-lo.

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    Para ele, presidir a Argentina vai ficar ainda mais complicado. O mapa dos resultados mostra a vice Cristina liderando a ala majoritária no peronismo com menos votos do que possuía, porém, praticamente todos os votos dados ao partido peronista ontem saíram de redutos eleitorais controlados por ela.

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    Esse quadro, agravado pela resistência em negociar para governar, tende a deixar a Argentina num impasse político que, no mínimo, garante a persistência da grave crise econômica até à eleição presidencial de 2023.

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    É muito tempo para um país com inflação anual acima de 50%, cinco vezes maior que a brasileira, e pobreza recorde afligindo 46% da população. Mantidas as condições de hoje, em dezembro esgotam-se as reservas cambiais disponíveis.

    Para ter fôlego na travessia até 2023, Fernández depende de um acordo com o Fundo Monetário Internacional, demonizado por Cristina porque isso obrigaria o governo, por exemplo, a assumir um plano de redução do déficit fiscal, com que, aparentemente, os peronistas não têm e nem pretendem ter.

    Diante da realidade do fracasso nas urnas, Fernández se refugiou na ilusão da vitória. Talvez seja o seu penúltimo recurso.

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