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Queiroga não tem plano de vacina, mas tem projeto político

Vacina que falta nas cidades está armazenada. Autoindulgente, Queiroga culpa "burocracia", e mostra não ter coordenação com prefeitos e governadores

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 jul 2021, 14h02 - Publicado em 27 jul 2021, 09h30
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  • Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, desfruta dos encantos do poder. Em Brasília, no fim de semana, posou para fotografias em restaurantes — “deixe eu pôr a máscara, para dar bom exemplo”, repetia. No domingo, participou de uma sessão da tarde sanfoneira com Gilson Machado, ministro do Turismo.

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    Queiroga e Machado conversaram sobre seus planos políticos. Acreditam na chance de integrar um “time” de ministros-candidatos de Jair Bolsonaro para a disputa eleitoral nordestina em 2022, no governo ou no Congresso: Queiroga (Saúde) na Paraíba; Machado (Turismo) em Pernambuco; João Roma (Cidadania) na Bahia; Damares Alves (Família) em Sergipe; e, o provável chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, no Piauí.

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    Deles, Queiroga é o menos experimentado. Cardiologista, em dezembro passado entrou no “pacote” de indicações de líderes do Centrão para a diretoria da Agência Nacional de Saúde, onde são definidas as tabelas de preços e os contratos das empresas operadoras dos planos de saúde. Aportou na Saúde em março, indicado para substituir o ex-ministro Eduardo Pazuello, investigado na CPI da Pandemia. Até agora, sobreviveu basicamente do contraste com a má gestão do antecessor.

    Depois de quatro meses no ministério, porém, Queiroga demonstra que ainda não possui um projeto de coordenação com Estados e Municípios para a vacinação em massa contra a Covid-19.

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    No domingo de pandemia, por exemplo, enquanto se animava com Machado, ministro-líder da banda Forró da Brucelose, cantarolando Asa Branca, de Luiz Gonzaga, nove capitais suspendiam a vacinação por absoluta escassez de imunizantes. A vacina que faltava nas cidades estava armazenada. Cerca de 12 milhões de doses estavam trancadas em armazéns do governo federal.

    Sob uma avalanche de críticas de prefeitos e governadores, o ministro da Saúde denunciou o culpado de sempre, “a burocracia”. Foi didático na autoindulgência: “Primeiro, quando as vacinas chegam no aeroporto, elas precisam ser avaliadas, ter a chancela da Anvisa. Segundo, precisam passar pelo controle do INCQS [Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde]. E, depois, tem a questão da Receita Federal.”

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    Queiroga disse isso a jornalistas no Palácio do Planalto, quando saía de uma audiência com Jair Bolsonaro. Rápido no discurso de autocomplacência, não ouviu o comentário de um burocrata residente no palácio há vários governos: “Ok, tudo bem, temos muita burocracia e estamos na pandemia, mas para que mesmo temos um ministro da Saúde?” Hoje, o país deve ultrapassar a marca de 550 mil mortes.

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