“É tão trágica essa confrontação [Lula e Bolsonaro na liderança das pesquisas], que eu pergunto, quem votou no Bolsonaro pela obra do Bolsonaro? Ele não tinha obra nenhuma. Quem conhecia o Bolsonaro como eu, que fui contemporâneo dele como deputado federal, sabia: Bolsonaro roubava o dinheiro da gasolina, roubava o dinheiro de funcionário fantasma, o nome da funcionária era Natália, e eu tenho aqui os documentos, por isso é que ele não me processa. O Bolsonaro é isso, uma grande mentira. O povo votou porque ele tinha uma grande proposta? Não (…) Por que então, votou no Bolsonaro? Votou para protestar, irmão. Eu respeito isso. Votou porque o Lula e o PT produziram um encontro terrível da pior crise econômica da história brasileira — são números. Ninguém destruiu a economia brasileira como o PT destruiu. Foram 7% de queda do PIB em 24 meses. Nunca houve isso, nunca houve na história brasileira essa deterioração. Quando terminou o governo do Lula, cinco pessoas, os dedos de uma mão, acumulavam a renda de 100 milhões de nacionais mais pobres e de classe média do país. E, para além disso, a corrupção e a ladroeira generalizada. Fazer de conta que o Lula não transformou a ladroeira no elemento central de seu projeto de poder é viver cego (…) Geddel Vieira Lima, dos R$ 51 milhões nas malas, o Lula nomeou ministro. Sabe o Eduardo Cunha, com dinheiro na Suíça? O Lula entregou Furnas para ele roubar. Sabe esse que agora é presidente do partido do Bolsonaro [o PL]? Valdemar Costa Neto foi condenado no mensalão, pagou uma cadeia, porque o Lula deu o DNIT pra ele roubar na época do mensalão. O Lula entregou os Correios para o Roberto Jeferson roubar e deu origem ao escândalo do mensalão. Então, veja, será possível, agora, que tendo votado no Bolsonaro para protestar contra o Lula, sejamos obrigado a votar no Lula para protestar contra Bolsonaro?”
(Ciro Gomes, candidato presidencial do PDT, a Márcio Forzza e José Leal, da rádio Sarandi, do Rio Grande do Sul.)