Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Jorge Pontes

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
Continua após publicidade

Rastreabilidade é tema do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

O 'follow the product' é fundamental para inibirmos o cometimento de diversos crimes, como sonegação, pirataria e contrabando

Por Jorge Pontes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 ago 2024, 09h07

Nessa semana que passou, tivemos em Recife – entre os dias 13 e 15 de agosto – o 18º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP.

O evento anual da conceituada entidade vem – há quase duas décadas – congregando sociedade civil, governos, profissionais da segurança, operadores do Direito, imprensa, pesquisadores acadêmicos, gestores federais, estaduais e municipais, entre outros, para discutirem em alto nível os problemas que afligem a sociedade brasileira, no tocante à segurança pública e ao enfrentamento à criminalidade.

E, nesse momento, nada causa tanto desassossego aos brasileiros – de todos os extratos sociais – do que o avanço da delinquência organizada, que vem ocorrendo de forma descontrolada nas cinco regiões do país, com contornos de epidemia. Recente estudo do Esfera Brasil e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública contabiliza a presença ativa de 75 facções criminosas em território nacional, atuando não apenas no tráfico de drogas, mas em roubo de cargas, comércio ilegal de madeira, mineração, e nos setores de combustíveis, cigarros e bebidas.

Essa situação nos impõe o grande desafio da atualidade, que é a blindagem da economia formal e dos mercados legítimos contra a economia do crime, sob pena de perdermos setores estratégicos de forma irreversível.

Continua após a publicidade

E não é por acaso que uma das novidades desse 18º Encontro do FBSP tenha sido a recorrência e a transversalidade do tema “rastreabilidade” – ou “follow the product” – em diversas palestras e painéis, durante os três dias do evento.

Vários atores, de distintas instituições, mencionaram a necessidade urgente de consolidarmos projetos de polícia técnica que viabilizem a capacidade de rastreamento de mercúrio, ouro, estanho, madeira e, também, produtos industrializados como combustíveis, bebidas, remédios e muitos outros.

Nessa seara, o Instituto Nacional de Criminalística – INC, braço técnico da Polícia Federal, largou na frente e já desenvolveu processos bem sucedidos no rastreamento de madeira e ouro, dando suporte às investigações da nossa DAMAZ – Diretoria de Meio Ambiente e Amazônia da PF. Aliás, o “follow the product” concede um especial protagonismo à Diretoria Técnico Científica – DITEC e aos peritos criminais federais, que pilotam iniciativas arrojadas em razão de seus perfis profissionais, mais científicos e técnicos.

Continua após a publicidade

E como já dissemos nessa coluna, o “follow the product” é fundamental, não apenas para a fase da investigação policial, mas, sobretudo, para inibirmos o cometimento de diversos crimes, como sonegação, pirataria e contrabando. É a partir da incapacidade de rastreio do poder público que os mercados se tornam convidativos para o crime organizado, e também para os desvios de conduta e as fraudes. Daí, incluir a capacidade de rastreamento nos sistemas de controle de produção significa atuar nas políticas fiscais com a ideia do “anti-crime by design”, pois é assim que devemos proceder para não fomentarmos a ação de malfeitores.

A propósito, enquanto o Fórum Brasileiro de Segurança Pública ocorria em Recife, o TCU batia o martelo pelo religamento do Sistema de Controle de Produção de Bebidas. Tal processo de controle, cuja operação ficava a cargo da Casa da Moeda do Brasil, havia sido desligado há 8 anos. Essa longa descontinuidade acabou criando uma zona cinza na produção de bebidas, o que por sua vez facilitou a atuação de devedores contumazes e de falsificadores, promovendo o recrudescimento da ação de quadrilhas nesse mercado específico. O que ficou claro nessa situação é que não se pode controlar aquilo cuja a própria existência é desconhecida.

Finalmente, as experiências negativas com a desregulamentação nos ensina – às duras penas – que nenhuma conta será mais alta do que aquela a ser paga por quem decidiu economizar no enfrentamento à criminalidade organizada.

Continua após a publicidade

E a sociedade brasileira não merece pagar esse preço.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.