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Janela para Tóquio

Por Piti Koshimura Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Um olhar para o cotidiano da cidade olímpica
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Lei antifumo no Japão: um legado de Tóquio 2020

Desde 1988, o COI recomenda que cidades-sede se tornem livres de cigarro, ao menos publicamente; saiba como a medida funciona na capital japonesa

Por Piti Koshimura
Atualizado em 3 ago 2021, 16h54 - Publicado em 2 ago 2021, 09h26
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  • Graças a Tóquio 2020 conseguimos comer num restaurante sem voltar para casa com roupas e cabelos defumados. Numa decisão tardia em comparação a outros países, o governo japonês baniu o fumo em ambientes fechados em abril do ano passado, visando atender as orientações do Comitê Olímpico Internacional. Desde 1988, o COI recomenda que cidades-sede dos Jogos se tornem livres de cigarro, ao menos publicamente.

    Para se adaptar à lei, restaurantes criaram fumódromos internos (Piti Koshimura)
    Para se adaptar à lei, restaurantes criaram fumódromos internos (Piti Koshimura/VEJA)

    A lei, porém, dá uma colher de chá a bares e restaurantes que querem seguir agradando a clientela que fuma: o cigarro está liberado em espaços concebidos como fumódromos, dentro das condições determinadas pela legislação. Alguns desses locais permitem apenas o fumo de cigarros eletrônicos, que ganham cada vez mais adesão entre os fumantes no país. Com a lei em vigor, foi preciso encontrar soluções criativas para dar sentido a certos elementos do mobiliário urbano. Até a proibição, era comum vermos salas fechadas destinadas aos fumantes nas plataformas das estações de trem. Hoje, essas áreas servem como sala de espera, algumas até com ar-condicionado — um alento durante o verão japonês.

    Nas ruas de Tóquio, de uma forma geral, a proibição já existia. Em muitos distritos que compõem a megalópole, o fumo só é liberado em curiosas estruturas conhecidas como “smoking corners”, os cantinhos do cigarro. Em cubículos fechados nas laterais e abertos por cima, fumantes encontram um lugar para suas baforadas livres do risco de multas. 

    Fumódromos nas plataformas das estações de trem se tornaram salas de espera (Carlos Kato)
    Fumódromos nas plataformas das estações de trem se tornaram salas de espera (Carlos Kato) (Carlos Kato/VEJA)
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    Como era de se esperar, nas instalações olímpicas da metrópole, o fumo é totalmente proibido. Quando essa a decisão foi anunciada, em fevereiro de 2019, organizadores afirmaram que “o objetivo de Tóquio 2020 seria de deixar um legado na melhoria da saúde pública do país em geral”. As intenções eram louváveis. Só é desnecessário dizer que melhoria em saúde pública, infelizmente, não será um marco desta edição dos Jogos.

    Piti Koshimura mora em Tóquio, é autora do blog e podcast Peach no Japão e curadora da Momonoki, plataforma de cursos sobre o universo japonês. Amante de arquitetura e exploradora de becos escondidos, encontra suas inspirações nos elementos mundanos. (@peachnojapao | @momonoki_jp)

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