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Por Piti Koshimura
Um olhar para o cotidiano da cidade olímpica
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Tóquio 40 graus

Quando me perguntam qual é a melhor época para vir ao Japão, a primeira coisa que costumo dizer é qual a época a evitar: o verão

Por Piti Koshimura
28 jul 2021, 07h30

Os termômetros marcam 32, 33 graus. “Não é tanto assim”, vocês podem pensar. Mas com uma umidade do ar sem oponentes e digna de medalha de ouro, prata e bronze, somem aí alguns bons graus para se ter uma ideia da sensação térmica nas ruas de Tóquio. O verão japonês é cruel — e foi morando aqui que deixei de exaltá-lo como estação favorita. Quando me perguntam qual é a melhor época para vir ao Japão, a primeira coisa que costumo dizer é qual a época a evitar: os meses de julho e agosto.

Mulher se refresca com ventilador portátil, um dos acessórios da estação
Mulher se refresca com ventilador portátil, um dos acessórios da estação (Carlos Kato/VEJA)

Não à toa, os Jogos Olímpicos de Verão de 1964, em Tóquio, aconteceram em outubro, em pleno outono. O calor, já naquela época, não dava trégua. Imaginem então agora, passados quase 60 anos de aquecimento global. Em 2021, o verão japonês tem deixado suas marcas nos Jogos — que o diga Kristian Blummenfelt. Na última segunda-feira, o triatleta norueguês passou mal (mesmo) depois de cruzar a linha de chegada em primeiro lugar e teve que ser retirado da arena numa cadeira de rodas. 

Quem endossa as queixas contra o calor é o número 1 do tênis. Mesmo vencendo com folga em seu jogo de estreia, Novak Djokovic fez um apelo para que as partidas sejam transferidas para o final da tarde por causa das temperaturas extremas. Pela programação atual, os tenistas são colocados para cozinhar lentamente a partir das 11 horas da manhã, o ideal para pegarem bem o auge do calor do dia. 

Numa tentativa de amenizar a situação, os organizadores dos Jogos oferecem um mimo para os jogadores se refrescarem nos intervalos, num gesto de omotenashi. O termo, que pode ser entendido como o espírito japonês de hospitalidade, se traduz no cotidiano no cuidado primoroso com embalagens ou na forma de entregar um cartão de visitas, sempre com o texto voltado a quem o recebe. Aos atletas condenados pelo calor, o omotenashi aparece em toalhas geladas, sacos de gelo e em tubos de ar refrigerado, segurados gentilmente por voluntários visivelmente abatidos. 

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A tenista da Sérvia, Nina Stojanovic, se refresca com ar-condicionado durante a partida de tênis -
A tenista da Sérvia, Nina Stojanovic, se refresca durante partida de tênis (Giuseppe Cacace/AFP)
(Carlos Kato)
Ventiladores portáteis tomam conta das prateleiras durante o verão no Japão (Carlos Kato/VEJA)

No dia a dia, contamos com apetrechos mais discretos. Das clássicas sombrinhas a ventiladores portáteis, recorremos a diversos aparatos para ajudar a aliviar o calor. O meu preferido são os lenços umedecidos que saem geladinhos do pacote, um must-have da estação que forra as prateleiras das perfumarias. Com efeito similar, os sprays de gotículas resfriadas prometem baixar a temperatura da pele, ainda que momentaneamente.

Lenços umedecidos gelados ajudam a aliviar o calor extremo
Lenços umedecidos gelados ajudam a aliviar o calor extremo (Carlos Kato/VEJA)

Há também opções mais engenhosas, que surpreendem visitantes de primeira viagem. Coletes e jaquetas turbinados com ventiladores são uma realidade por aqui, que acabam sendo adotados, principalmente, por trabalhadores que passam longas jornadas nas ruas. Uma inspiração, quem sabe, para o design dos uniformes da Copa no Qatar.

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Colete equipado com ventilador chega a ser parte do uniforme de trabalhadores que passam o dia na rua (Carlos Kato/VEJA)

Piti Koshimura mora em Tóquio, é autora do blog e podcast Peach no Japão e curadora da Momonoki, plataforma de cursos sobre o universo japonês. Amante de arquitetura e exploradora de becos escondidos, encontra suas inspirações nos elementos mundanos. (@peachnojapao | @momonoki_jp)

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