Assine VEJA por R$2,00/semana
Isabela Boscov Por Coluna Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O garimpo da semana: Apenas Deus Perdoa

Ryan Gosling em um filme estilosíssimo e violentíssimo do mesmo diretor de Drive Mais lidas1Política O novo plano de Bolsonaro para tentar anistia e disputar eleição em 20262Cultura Apresentadora Christina Rocha é demitida do SBT; saiba o motivo3Política Pauta-bomba acesa por Pacheco no Senado não terá vida fácil — e com razão4Mundo Tropas russas entram […]

Por Isabela Boscov Atualizado em 30 jul 2020, 22h47 - Publicado em 9 Maio 2016, 20h55
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ryan Gosling em um filme estilosíssimo e violentíssimo do mesmo diretor de Drive

    Publicidade

    Divulgação

    Publicidade

    Entrou há pouco na grade do Netflix esta segunda parceria entre Ryan Gosling e o diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn. Mas, embora siga muito da estética de Drive (que também está disponível no Netflix e cuja resenha você encontra aqui), Apenas Deus Perdoa é uma espécie de oposto natural do filme anterior. Drive tinha muito néon, mas tinha ainda mais sol – e, apesar das erupções de violência, caminhava em uma nota quase otimista: até homens tão danificados pela vida quanto o Garoto interpretado por Gosling podem ter uma veia heróica, e merecem alguma esperança. Apenas Deus Perdoa, ao contrário, tem pouco sol e muita luz vermelho-sangue ou roxo-profundo, violência constante e de arrepiar os cabelos. É, além disso, de um pessimismo intransigente: Julien, o personagem de Gosling, até tenta recuar da brutalidade e da sordidez, mas elas vêm varrendo tudo como uma avalanche.

    Divulgação

    Publicidade

    A história é de uma simplicidade espartana. Julien toca um clube de luta/ponto de tráfico em Bangcoc, na Tailândia, com seu irmão Billy (Tom Burke). Billy é um psicopata; com uns poucos minutos de filme, ele retalha uma prostituta adolescente, e é assassinado pelo pai dela. Quando fica sabendo o que levou à morte do irmão, Julien decide poupar o assassino. Mas a mãe dele (que Kristin Scott Thomas interpreta como uma fera de depravação infinita) baixa em Bangcoc exigindo vingança e fazendo as coisas irem de mal a pior, e de pior a horripilante. Os diálogos são poucos e breves: tudo é luz, cor, composição, movimento de câmera, Gosling fazendo cara de paisagem (paisagem depressiva, no caso) e, como em Drive, a trilha eletrônica bacanérrima de Cliff Martinez.

    Continua após a publicidade

    Divulgação

    Publicidade

    É bom avisar que o filme chegou a ser vaiado no Festival de Cannes, em 2013 (do qual, dois anos antes, Refn saíra com a Palma de direção): uma parte expressiva da crítica considera que Apenas Deus Perdoa é só estilo (mas como tem estilo!), sem qualquer conteúdo e com uma fixação repulsiva pela violência. Compreendo o ponto de vista, mas discordo. Acho que desde sua estreia, em 1996, com Pusher (que depois viria a ser uma trilogia), Refn é um niilista que tem uma fixação pela repulsividade da violência – uma diferença sutil, mas importante. Como muitos outros cineastas de inclinação semelhante, ele fetichiza sim a violência. Mas é como se, ao imaginar cenas de brutalidade escandalosa, ele estivesse surpreendendo a si mesmo com a falta de limites da ferocidade humana: se ele é capaz de imaginar, é porque há outros que são capazes de fazer.


    APENAS DEUS PERDOA
    (Only God Forgives)
    Dinamarca/Estados Unidos/França/Suécia/Tailândia, 2013
    Direção: Nicolas Winding Refn
    Com Ryan Gosling, Kristin Scott Thomas, Vithaya Pansringarm, Yayaying Rhatha Phongam, Tom Burke

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.