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“Mulheres Divinas”: sem Oscar, mas com graça

Simpática, comédia dramática trata de como só em 1971 (!!!) as suíças conquistaram direito ao voto

Por Isabela Boscov 19 dez 2017, 17h57
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  • Presença rara no circuito, o cinema da Suíça passou perto de entrar na pré-lista de produções estrangeiras candidatas ao Oscar – mas, em mais uma prova de que hoje essa é uma categoria ultracompetitiva, na qual só entram cineastas que batem forte, o tema solidário com um dos tópícos mais quentes de 2017 não bastou para garantir uma vaga ao filme. Está-se em 1971, e novidades como feminismo e liberação sexual ainda não chegaram à sonolenta cidadezinha suíça onde a jovem Nora (Marie Leuenberger) cuida da casa, dos dois filhos pequenos, do marido operário e do sogro grosseirão. Suave e até um pouco titubeante, Nora nem pensa em grandes revoluções na sua vida; quer apenas voltar a trabalhar meio-período, como secretária, para espantar um pouco o tédio da faxina e da cozinha. O marido, porém, não está de acordo: entende o desejo dela, mas o que pensariam os seus colegas, afinal? Que ele não é capaz de sustentar a família? E, pela lei suíça, mulheres necessitam da autorização do marido para ter emprego fora de casa. Também não têm direito legal sobre os filhos – e por isso o cunhado de Nora consegue trancar a filha adolescente num reformatório, para curar-lhe a rebeldia, apesar dos protestos da mãe da menina. Está claro, também, que nada disso irá mudar, já que mulheres não podem votar em eleições federativas nem candidatar-se a cargos eletivos. Inflamada pela recusa do marido e curiosa com as campanhas pelo voto feminino, questão que em breve será decidida em plebiscito, Nora, para sua própria surpresa, vira uma ativista, e pouco a pouco conquista a adesão das mulheres da cidade. Descobre, também, que tem “um tigre” entre as pernas. Nas mãos da diretora Petra Volpe, o assombroso atraso da Suíça em autorizar o sufrágio feminino (em um dos cantões, a proibição perdurou até 1991) vira uma gentil comédia de toques dramáticos. Como cinema, Mulheres Divinas é apenas correto; como história e como narrativa, é uma graça (e um espanto).

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    Trailer

    MULHERES DIVINAS
    (Die Göttliche Ordnung)
    Suíça, 2017
    Direção: Petra Volpe
    Com Marie Leuenberger, Maximilian Simonischek, Sibylle Brunner, Rachel Braunschweig
    Distribuição: Mares Filmes
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