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Coronavírus: equipamento desinfecta máscaras cirúrgicas descartáveis

Tecnologia do dispositivo foi validada por laudos do laboratório de virologia da Universidade Estadual de Campinas

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 abr 2020, 17h47

Em meio à falta de equipamentos de proteção individual em hospitais no país, a empresa Panozon Ambiental obteve um laudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que comprovou a eficácia de um equipamento na desinfecção de máscaras cirúrgicas descartáveis contra o coronavírus. A empresa é conhecida pelo tratamento de água de piscinas com tecnologia de ozônio — ela também é aplicada em hotéis e carros para a limpeza do ar, o que elimina o cheiro de cigarro e mofo, por exemplo.

Em ciclos de uma hora, a máquina é capaz de desinfectar 50 máscaras por vez, o que resultaria em 1.000 máscaras disponíveis para reúso por dia. De acordo com o engenheiro Carlos Heise, a máquina é totalmente automática. Contanto que não haja interferência humana no processo, a limpeza atingirá o padrão necessário de descontaminação — os resultados demonstraram redução de infectividade viral de 99,99%. “Desenvolvemos o projeto de forma acessível pela situação da pandemia, para viabilizar que hospitais grandes e clínicas pequenas possam ter o equipamento”, afirmou Heise. O dispositivo é portátil, de tamanho similar a duas caixas de sapato, e precisa apenas de uma tomada para funcionar. “O gás O3, o ozônio, é gerado a partir do próprio oxigênio, o O2 do ambiente, não sendo necessário qualquer outro insumo adicional”, explicou Heise.

Os testes de eficácia foram conduzidos pela pesquisadora Clarice Weis Arns, que assina o laudo e está ligada ao Laboratório de Virologia do Departamento de Genética, Evolução e Bioagentes do Instituto de Biologia da Unicamp. A conclusão do laudo diz: “Considerando que houve inibição da infecção viral na máscara, pode-se concluir que a mistura do Gás Ozônio gerado a 45 minutos de exposição + tecido da máscara foi eficaz para a inativação de partículas virais do Coronavírus e, portanto, recomendamos o uso como potencial agente desinfectante para as máscaras testadas”.

Há um detalhe importante: o equipamento funciona somente com materiais não oxidáveis. A máscara N95, por exemplo, tem látex. O ozônio oxida a borracha e ela perde a elasticidade necessária para ficar no rosto. No caso da máscara cirúrgica descartável, o ozônio faz a limpeza da parte microbiológica, como bactéria e vírus. O equipamento não realiza uma limpeza mecânica de outras substâncias, como sangue e secreções. Qualquer outro material não oxidável poderá ser desinfectado na máquina: plásticos, vidro, aço inoxidável, ferramentas e panos, por exemplo. Atualmente, a Panozon produz 50 máquinas por dia. Cada uma custa 8.900 reais.

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