Os alvos de cobiça do ‘centrão’
PP quer o Ministério das Cidades e a articulação política do governo
Resolvida a batalha na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o Palácio do Planalto deve ceder a maioria das pastas hoje ocupadas pelo PSDB — a exceção deve ser o Itamaraty — aos fiéis escudeiros do chamado “centrão”. À frente do maior bloco parlamentar da Câmara, com 66 deputados, o PP reivindica o papel de principal aliado do governo Michel Temer em substituição aos tucanos.
A sigla tem dois alvos preferenciais: o Ministério das Cidades, com seu robusto orçamento para obras de infraestrutura e execução rápida a um ano da corrida eleitoral, e op controle da articulação política (Secretaria de Governo). No caso das Cidades, o PP argumenta que conhece bem os caminhos da pasta, uma vez que a chefiou durante anos nas gestões petistas. Dois nomes despontam na bancada: o atual líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), e Arthur Lira (AL), ainda que contra este pesem as investigações da Lava Jato.
O PMDB, partido do presidente, tem saudades do poderoso Ministério de Minas e Energia, hoje comandado pelo PSB, legenda que deve ser desalojada em breve da Esplanada.
Restará ainda a Temer fatiar o ministério para abrir mais espaço ao PR, especialmente ao apetite de Valdemar Costa Neto, e ao PSD, de Gilberto Kassab.