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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Quem vai prender os Playboys do crime?

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h09 - Publicado em 10 fev 2015, 00h03
Playboy Duque

O arrecadador petista Renato Duque e o traficante Playboy

O traficante Playboy, “sorvendo uísque escocês em copo de plástico, com duas pedras de gelo de água de coco”, disse à VEJA que não entrega “polícia que é homem comigo”, mas a revista apurou que ele paga um “arrego” de 3.500 reais, somando mais de 100.000 mensais.

É a mesma quantia que o delator Pedro Barusco repassava todos os meses, em dinheiro vivo, ao homem de José Dirceu na Petrobras, Renato Duque, que junto com Barusco teria recebido em nome da empresa Arxo mais de 7,5 milhões de dólares do empresário Mário Goes, tido como um dos operadores do esquema de propina da Diretoria de Serviço da estatal e na BR Distribuidora.

Dos playboys do petrolão, que dispunham até de avião particular, a Operação Lava Jato aparentemente está cuidando. Mas quem vai cuidar do Playboy do Morro da Pedreira?

Em resposta à matéria publicada na VEJA desta semana, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, admitiu que existem policiais corruptos no estado e incentivou quem souber de casos concretos de pagamento de propina a denunciá-los:

“Essas ações que ele já está fazendo podem ser uma forma dele se esquivar do que tanto deve para a sociedade. Não devemos valorizar isso. O que vamos fazer é prendê-lo e um monte de gente que merece ser presa. Não vamos fazer dessas pessoas mito e muito menos um troféu. Prendemos o Nem (da Rocinha), o Fabiano (da Vila Cruzeiro), fomos buscar o Marreta (do Alemão) no Paraguai. Esse cara vai ser preso e a vida vai continuar”, disse Beltrame, sem acrescentar quantas vidas vão deixar de continuar enquanto eles não são presos.

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Seu discurso pode iludir muita gente, mas VEJA apurou com outras fontes – inclusive com acesso a escutas telefônicas de inquéritos da Polícia Civil, subordinada ao secretário – que o traficante só está solto por pagar propina sistematicamente a PMs que patrulham a região. Se seus subordinados já sabiam dos casos, por que Beltrame não prendeu os corruptos?

O que fez para desarticular o esquema?

Ademais, o mesmo secretário que não quer fazer dos bandidos foragidos um troféu faz dos poucos que prendeu os seus, citando um por um. Mas Playboy está foragido desde 26 de agosto de 2009, quando se aproveitou do direito ao regime semiaberto, saiu do Instituto Penal Ismael Pereira Sirieiro e não retornou. Por que Beltrame não o prendeu até hoje?

Os leitores deste blog já conheciam a história do traficante da Pedreira e de outros do seu naipe pelo post “As balas perdidas e os bandidos perdidos – Quantos anos para prender foragidos como Playboy, Guarabu e Pitbull?“. Depois de mostrar o histórico dos três e a história das calcinhas que marca a rivalidade entre os dois primeiros, escrevi:

“A proteção legal que facilita a fuga de bandidos é obra de legisladores mais preocupados com o direito dos ‘manos’ do que com o direito à vida da população. A incompetência de 1 ano e meio (Pitbull), 6 anos (Playboy) e 11 anos (Guarabu) para encontrá-los e prendê-los é obra da secretaria de Segurança Pública do Rio, há 8 anos nas mãos de Beltrame.

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Não: uma coisa não é justificativa, nem pode camuflar a outra.”

Com ou sem farda, com ou sem estrela do PT, lugar de playboy do crime é na cadeia, parceiro.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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