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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Com quantos amigos se faz um “rolezinho”

Enquanto isso, numa casa de família…   – Mãe, com quantos amigos eu posso marcar no shopping? – Ué, meu filho. Pode marcar com todos. – Os 5.000? – 5.000!? Ninguém tem 5.000 amigos, filho. – Como não, mãe? Eu tenho. O Leandrinho tem. O Guga tem… O Luca… A Betina… Um monte de gente […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h37 - Publicado em 19 jan 2014, 14h43
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  • ROLEZINHO-SHOPPING-ITAQUERA-118-size-598
    Enquanto isso, numa casa de família…
     
    – Mãe, com quantos amigos eu posso marcar no shopping?
    – Ué, meu filho. Pode marcar com todos.
    – Os 5.000?
    – 5.000!? Ninguém tem 5.000 amigos, filho.
    – Como não, mãe? Eu tenho. O Leandrinho tem. O Guga tem… O Luca… A Betina… Um monte de gente tem. E eu nem contei os seguidores.
    – Filho, amigo de Facebook não é amigo, né…
    – Como não, mãe?
    – Seus amigos são o Leandrinho, o Guga, o Luca, a Betina, o… como é mesmo o nome daquele que faz as batidas com a boca?…
    – Pirulito.
    – Isso. O Pirulito. Seja lá qual for o nome dele, ele é seu amigo.
    – Eu não sabia que você gostava do Pirulito, mãe.
    – Eu não gosto. Mas é seu amigo. Mamãe respeita os seus amigos. Os que gostam mesmo de você. Os do Facebook, não.
    – Você não respeita os do Facebook?
    – Só estou dizendo que não são seus amigos de verdade. Por que você precisa deles para ir ao shopping? São coleguinhas de internet.
    – Ah, mãe, qual é a graça de sair só com os parça?
    – Só com quem?
    – Com os parceiros, mãe. Tem que ter mais gente. Gente nova. As mina tudo…
    – Se você quer festa, por que não vai a uma festa? Shopping não é lugar de…
    – Festa já é festa, mãe. Que graça tem? A gente quer é FAZER a festa. Dar um rolé, uma tumultuada…
    – O-lhá-bô-ca, hein. Filho meu não dá tumultuada em lugar nenhum. Muito menos no shopping. Onde já se viu, João Carlos? O lugar aonde seu pai levava você pra tomar sorvete, com o pouco dinheiro que guardava! Tenha vergonha! Aliás, isso é ideia de quem? Só pode ser do Pirulito.
    – Tá bom, tá bom! E onde a gente pode fazer festa, então?
    – Pra 5.000 “amigos”? Vai ter que estudar muito, trabalhar muito e comprar uma mansão bem bonita pra sua mãe…
    – Pra 500, então.
    – Só se pedir a escola emprestada à diretora. Mas depois da sua última suspensão…
    – Tá bom, mãe, 50.
    – 10, meu filho.
    – 10 o quê?
    – Eu deixo você convidar 10 amigos aqui pra casa. Se você deixar o Rex com a vizinha, acho que cabe. Mas na primeira tumultuada, eu boto todo mundo pra fora, tá me ouvindo?
    – Tá bom, né… Que jeito?…
    – Agora vai lavar a mão pra almoçar, garoto.
     
    João Carlos vai ao banheiro lavar a mão pra almoçar, tira o celular do bolso e manda pro grupo “8 Parça” no whatsapp:
     
    – Funcionou! E ainda dá pra chamar mais 2.
     
    Felipe Moura Brasil – https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
     
    * Crônica de domingo, originalmente publicada e repercutida no Facebook.
     
    ** Leia também o artigo: O rolé dos ‘parça’ e o dos ‘companhêru’.
     
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