Por que a vitória de Michelle Yeoh no Oscar é histórica
Atriz é a primeira mulher-não branca a ganhar na categoria desde 2002 – e a primeira asiática em quase cem anos de premiação
![Malaysian actress Michelle Yeoh accepts the Oscar for Best Actress in a Leading Role for "Everything Everywhere All at Once" onstage during the 95th Annual Academy Awards at the Dolby Theatre in Hollywood, California on March 12, 2023. (Photo by Patrick T. Fallon / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/03/000_33B844K.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Depois de mais de duas décadas de jejum, o Oscar premiou neste domingo, 12, a segunda mulher não-branca na categoria de melhor atriz – e a primeira asiática: Michelle Yeoh, aos 60 anos, faturou a estatueta por sua interpretação lapidar em Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. No longa aclamado do estúdio A24, Michelle faz o papel de uma imigrante chinesa nos Estados Unidos que descobre a existência de multiversos. A última (e até então única) mulher não-branca a vencer na categoria foi Halle Berry, na edição de 2002 do Oscar, por A Última Ceia.
Nascida na Malásia, Michelle se tornou um ícone da representação asiática em Hollywood. Nas telonas, ela marcou presença em vários “primeiros”, como a primeira comédia romântica com elenco oriental, Podres de Ricos (2018), e o primeiro filme de um herói chinês da Marvel, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021). Com sua vitória no Oscar, Michelle Yeoh prova mais uma vez sua potência – e marca outra caixinha em sua lista de pioneirismos.
![ABRE-NOVO-FILME-TUDO-EM-TODO-O-LUGAR-AO-MESMO-TEMPO-002.jpg_1 FAMÍLIA INCOMUM - Tudo em Todo o Lugar: um filme que viaja por realidades paralelas -](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/12/ABRE-NOVO-FILME-TUDO-EM-TODO-O-LUGAR-AO-MESMO-TEMPO-002.jpg_1.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
A predominância de mulheres brancas entre as vencedoras nos quase 100 anos de premiação ilustra a razão das contínuas críticas à falta de diversidade no grande prêmio do cinema. Foi esse o mote principal do polêmico post compartilhado por Michelle em seu Instagram na semana que antecedeu a cerimônia: um artigo da Vogue americana que pregava a importância de se premiar uma atriz não-branca, mas que foi apagado rapidamente por também lançar críticas à Cate Blanchett, concorrente na categoria — o que é proibido pelas regras da Academia. Antes de conquistar o Oscar, nos últimos meses Michelle já havia faturado um Globo de Ouro (melhor atriz em filme de comédia ou musical) e um SAG (Screen Actors Guild) Awards, além de um Satellite Award e um Independent Spirit Award.