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O mico que a Disney pode pagar por causa de Marcos Mion

Ao eleger o apresentador para dublar o filme de origem de Buzz Lightyear, empresa coloca em risco parte da familiaridade do personagem com o brasileiro

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 abr 2022, 08h44 - Publicado em 27 abr 2022, 15h24
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  • Em 2010, a Disney fez uma escolha duvidável – e que, eventualmente, se revelou um erro: ao lançar a animação Enrolados, Luciano Huck foi escalado como a voz do príncipe par da Rapunzel. Como dublador, Huck atestou que é um ótimo apresentador. Mais do que a falta de intimidade do global com a dublagem, pesou contra ele o simples fato de que sua voz é muito característica e conhecida do público. Logo, era difícil assistir ao filme sem pensar que o príncipe logo ofereceria à Rapunzel uma reforma total no castelo para o quadro Lar Doce Lar, do Caldeirão.

    Nesta terça-feira, 26, a Disney apostou no déjà vu: Marcos Mion, o novo apresentador do Caldeirão, foi anunciado como a voz de Lightyear no filme de origem do personagem de Toy StoryLightyear, que estreia em junho.

    Atualização: Anteriormente, esse texto dizia que Mion faria a voz de Buzz Lightyear. Em resposta, a Disney esclareceu que o personagem do filme será o mesmo boneco, mas não o mesmo Buzz da série Toy Story. No trailer dublado, a voz ainda não é a do apresentador.

    Sendo o próprio Buzz ou não, Mion tem uma missão inglória. Assim como Huck, a voz do apresentador é facilmente reconhecível, o que vai soar estranho aos ouvidos brasileiros tão acostumados com a voz do dublador original do boneco astronauta, o ótimo Guilherme Briggs, que moldou a personalidade do personagem animado.

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    Briggs passou o bastão para Mion de forma muito polida, com direito a vídeo no Instagram. Na mesma publicação, os fãs do dublador, confusos com o anúncio, se mostraram revoltados. “Vou ver o filme legendado”, anunciou um deles. A Disney bem sabe que o apego do público com a voz em português de um personagem dublado é tão forte quanto o afeto pelo próprio ator ou desenho. Num passado não muito distante, a empresa mantinha longe dos holofotes dubladores de protagonistas como Hannah Montana, para proteger parte da magia da persona com o público infantil.

    É comum que celebridades brasileiras assumam a voz de animações, dando uma forcinha para a equipe de divulgação do longa. O humorista Bussunda era o dublador do adorável monstrengo Shrek. Leandro Hassum assimilou a atuação teatral de Steve Carrell na versão original para compor Gru, protagonista de Meu Malvado Favorito. Assim como Fábio Porchat faz com competência Olaf em Frozen. Mas os exemplos micados são comuns — tanto que, muitas vezes, os famosos se resignam a papéis coadjuvantes nas animações. Agora é esperar para ver de qual lado o Lightyear de Mion vai ficar.

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