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Em Cartaz

Por Raquel Carneiro
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Diretor de ‘The Crown’ sobre o filme ‘Sharper’: ‘É um jogo de poker’

Com um amplo currículo em séries de TV, o inglês Benjamin Caron faz sua estreia em um longa-metragem estrelado por Julianne Moore

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 fev 2023, 08h00

Benjamin Caron, 46 anos, passou a última década envolvido com algumas das séries mais populares da televisão. Do drama juvenil Skins até a aclamada Sherlock, e, mais recentemente, conduziu episódios de Andor, da saga Star Wars, e The Crown, famoso título da Netflix sobre a família real inglesa. Ansioso por fazer um filme, Caron tinha uma certeza: queria uma história sem personagens reais. Ele se interessou pelo filme Sharper – Uma Vida de Trapaças, que acaba de chegar à Apple TV+. O drama estrelado por Sebastian Stan, Justice Smith, Briana Middleton e Julianne Moore segue um grupo de golpistas tentando passar a perna em um ricaço. “É como um jogo de poker no qual as apostas só aumentam”, analisa o diretor em entrevista a VEJA. Confira a seguir a conversa:

Você tem grande experiência em séries de TV e esse filme é estruturado em capítulos com histórias individuais. Por que escolheu fazer um filme e não uma série de SharperO roteiro foi escrito em capítulos — “Tom”, “Sandra”, “Max”, “Madeline” (quatro personagens principais) — então era natural que a produção fosse fiel a essa divisão. E eu amo a ideia de que o filme não é linear enquanto sua estrutura é o oposto; cada capítulo tem uma perspectiva própria, um ponto de vista único. Você é introduzido à história por meio do Tom, sentindo e observando tudo o que acontece do ponto de vista dele, até o fim, quando você também sente a dor dele, antes de começar outra visão sobre a mesma história.

O que lhe atraiu neste roteiro? Meu agente trabalha com o produtor do filme, e eles sabiam que eu estava procurando algo do tipo. Quando eu li o roteiro, vi que os escritores haviam criado um filme inteligente, engraçado, sexy, conduzido pelos personagens e original, que era exatamente o que eu estava procurando. Não queria nada baseado em pessoas reais, porque eu passei os últimos anos produzindo episódios sobre a vida real em The Crown; então eu queria um thriller, algo que envolvesse política, confiança, traição e reviravoltas. Esse filme é como um jogo de poker no qual as apostas só aumentam.

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Ultimamente foram lançadas diversas séries com golpistas na trama, como Inventando Anna ou até The White Lotus. Por que esse tema interessa tanto o público? As pessoas são instigadas pela falsidade. Sharper explora como as pessoas falam, como flertam, como mentem, como personificam e enganam as outras para conseguirem o que querem. Mas a ideia de um golpe romântico explora como a busca pelo lucro afeta cada parte das nossas vidas, desde a sexual, física, mental; até a familiar, profissional, política e amorosa. E a perspectiva de uma transformação é muito sedutora, a ideia de escapar da realidade e entrar em outra é na qual consistem os contos de fadas. Eu diria que as transformações em Sharper são perspicazes e imprevisíveis, porque elas se tratam da realização dos desejos.

A Juliane Moore tem um papel muito complexo. Como vocês encontraram o tom certo para a personagem dela nesse filme? É difícil falar sobre os personagens sem dar nenhum spoiler, mas o que eu posso dizer é que cada um deles é tão imperfeito quanto a Madeline, interpretada pela excelente Juliane Moore. A Madeline é uma personagem interessante: ela é trapaceira, inquieta, e busca – obsessivamente – o poder. Não existem tantos papéis assim para mulheres; a Juliane agarrou essa oportunidade. Ela é perfeita para o papel, ela trabalha com intensidade e profissionalismo ao mesmo tempo que é gentil, e como diretor eu quero que os atores mostrem essa profundidade da experiência humana – os detalhes, a alegria, a tragédia, os paradoxos, as contradições, e é isso o que a Juliane oferece. Eu sou fascinado por ela desde que a vi em Safe (filme de 1995) de Todd Haynes, e a oportunidade de produzir meu primeiro filme com ela foi um presente divino.

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