David Harbour a VEJA sobre Guardião Vermelho: ‘Somos todos anti-heróis’
Ator que ganhou popularidade com a série 'Stranger Things' vai estrelar novo filme da Marvel 'Thunderbolts' em 2025
Em alta desde que conquistou o público da série Stranger Things, na pele do xerife Jim Hopper, o ator americano David Harbour se tornou um favorito entre o público afeito aos gêneros de ação e fantasia. A boa fase será coroada em maio do ano que vem, com a estreia de Thunderbolts, nova aposta da Marvel em seu universo de super-heróis. No longa, Harbour retorna ao papel de Guardião Vermelho, apresentado em Viúva Negra, de 2021 — cria da União Soviética, ele é o pai adotivo de Natasha Romanova (a espiã vivida por Scarlett Johansson) e Yelena Belova (vivida por Florence Pugh, e, agora, a nova Viúva Negra). Durante passagem por São Paulo, no evento D23, da Disney, o ator falou a VEJA sobre o projeto. Confira.
Quanto o Guardião Vermelho mudou do filme Viúva Negra para Thunderbolts? Ele mudou muito, mas ainda mantém o mesmo lado narcisista, perturbado que sempre teve; ele escapou da prisão, estava vivendo uma nova vida, até que Natasha (personagem de Scarlett) morreu. Então ele se isolou. Ele lida com os próprios sentimentos de que poderia ter agido de forma diferente, para ajudar. Acho que, quando a gente perde um membro da família, a cola que te une às outras pessoas pode ser rompida. Então, ele começa em uma situação difícil no filme — e vamos acompanhá-lo a partir daí.
Como Thunderbolts se encaixa no Universo Cinematográfico da Marvel e por que ele é importante para o futuro dele? Não posso falar, pois seria spoiler, mas posso dizer que os eventos de Thunderbolts serão bombásticos para a Marvel, porque elas vão dar um novo rumo a este universo. O filme acontece na mesma linha do tempo dos outros longas principais. Então, quando ele chegar, tudo vai mudar para sempre. Esse é um dos pontos fortes do filme: ele é surpreendente.
Na sua opinião, em uma luta entre o Capitão América e o Guardião Vermelho, quem ganha? Se você perguntar para ele, com certeza ele acha que poderia matar o Capitão América. Mas se você perguntar para o David Harbour, eu tenho minhas dúvidas. O Capitão América teria muitas chances, por mais que o Guardião Vermelho seja muito habilidoso também. O Capitão América sabe como se comportar melhor, enquanto o Guardião Vermelho se mete onde não deve, e isso é uma desvantagem.
O Guardião Vermelho é uma espécie de pai dessa família não-tradicional. Do que você mais gosta nessa dinâmica? Eu gosto de explorar o conceito de amor familiar, de quanto você precisa se colocar à disposição das outras pessoas e entender a sua própria capacidade de fazer isso. É uma dinâmica muito interessante que eu, como artista, sempre me interessei muito.
Por que o anti-herói atrai o público? Eu acho que nós somos todos anti-heróis à nossa maneira. Gostamos de acreditar em conceitos sobre nós mesmos que, conforme a vida passa, se revela contraditório sobre como e quem pensamos que somos; o que sentimos ou não. As histórias tradicionais mostram um herói e um vilão, mas na maioria das vezes não nos sentimos nem como vilão e nem como herói, mas um pouco dos dois. Isso sempre atrai um espectador.
Qual foi o maior desafio depois de atuar em Thunderbolts? Garantir que meus joelhos ainda funcionem! (Risos) Fisicamente, é um papel que exige demais. São muitas lutas, muito esforço físico, e eu não estou mais na casa dos 20 anos de idade. Isso foi o mais desafiador, o resto foi um sonho. Me dei muito bem com o elenco, mas correr por aí jogando coisas nos outros era bem difícil.