Autor de ‘Game of Thrones’ adere à greve em Hollywood e pausa spin-off
George R.R. Martin interrompeu a série 'O Cavaleiro Hedge' e afirmou que sua equipe não fará revisões em 'A Casa do Dragão' durante a paralisação
Iniciada na terça-feira, 2, a greve de roteiristas em Hollywood pausou por tempo indeterminado a produção de diversos programas em estágio inicial de criação — é o caso de O Cavaleiro dos Sete Reinos: O Cavaleiro Hedge, série derivada de Game of Thrones anunciada pela Warner no início de abril. “A sala de roteiristas está fechada durante a greve. Ira Parker e sua equipe incrível de jovens talentos estão nos protestos”, informou o autor George R.R. Martin em seu blog. O próprio afirmou que, se estivesse em Los Angeles, se juntaria aos colegas com cartazes diante da porta dos grandes estúdios, na busca por melhores salários e condições trabalhistas.
No texto publicado por Martin, o autor também explica que a segunda temporada de A Casa do Dragão não será afetada pela greve, já que todos os roteiros foram finalizado há meses e as gravações seguirão normalmente. “Cada episódio passou por quatro ou cinco rascunhos e várias rodadas de revisões para contemplar as notas da HBO, minhas notas e questões orçamentárias. Não haverá mais revisões. Os escritores fizeram seu trabalho; o resto está nas mãos dos diretores, elenco e equipe… e claro dos dragões”, escreveu ele.
Ativo nos movimentos sociais da indústria, Martin declarou apoio à greve dos roteiristas e relembrou sua participação em movimentos anteriores. “Não estou em LA, então não posso fazer piquetes como fiz em 1988, mas quero deixar registrado meu apoio total, completo e inequívoco ao meu sindicato”, escreveu ele. “Passei por várias greves desde que comecei a escrever para televisão e cinema em 1986. A greve de 1988, a primeira da qual participei, durou 22 semanas, a mais longa da história de Hollywood. A greve de 2007-2008, a mais recente, durou 100 dias. Esta pode durar mais. As questões são mais importantes, e nunca vi a categoria tão unida como agora”, projetou ele.
Anunciada na semana passada, a paralisação foi aprovada por mais de 98% dos membros do Writers Guid of America (WGA), o sindicato que representa os roteiristas nos Estados Unidos. A briga é com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (Aliança dos Produtores de Cinema e de Televisão), que representa os grandes estúdios, emissoras e plataformas de streaming. Segundo o WGA, não foi possível chegar a um acordo, pois as respostas às reivindicações da categoria foram “totalmente insuficientes, levando em conta a crise existencial que os roteiristas enfrentam”. Além do aumento salarial, a classe pede uma equipe mínima e com tempo determinado de trabalho por temporada, a proibição do uso de Inteligencia Artificial nos roteiros e uma maior participação nos lucros do streaming.