A ligação familiar entre tripulante do submarino e vítimas do Titanic
História do casal morto no naufrágio de 1912 ganhou destaque no filme de James Cameron
Até o desaparecimento de um submersível ocupado por cinco tripulantes, a empresa OceanGate Expedictions cobrava 250.000 dólares para levar curiosos, aventureiros e também fãs do filme Titanic aos escombros da embarcação real, que repousam no fundo do Oceano Atlântico. A conexão entre a empreitada e o navio, porém, também é mais direta para alguns. Segundo arquivos apurados pelo New York Times, Wendy Rush — esposa do CEO Stockton Rush, que estava pilotando a nave perdida — é descendente direta de um casal que estava a bordo da primeira classe do cruzeiro, e que ganhou destaque no filme dirigido por James Cameron.
Isidor e Ida Strauss são dois dos passageiros mais ricos que pereceram com o naufrágio de 1912, donos de parte da loja de departamento Macy’s — ainda uma das maiores redes dos Estados Unidos. De acordo com sobreviventes da tragédia, Isidor teria cedido seu lugar em um bote salva-vidas ao ver que mulheres e crianças que não eram da primeira classe ainda estavam na embarcação, enquanto sua esposa insistiu em ficar ao seu lado. Eles submergiram junto ao Titanic. Ao preparar o roteiro do longa-metragem, James Cameron adaptou a história e a transformou em uma das cenas mais sensíveis de sua obra, na qual um casal idosos se entrelaça durante os últimos momentos acima do mar.
Wendy Rush descende de uma das filhas de Isidor e Ida, Minnie, sua bisavó. Ela é casada com Stockton desde 1986 e mantém participação ativa na OceanGate, tendo até completado a expedição três vezes. Sua página na plataforma LinkedIn a descreve como “diretora de comunicação” e membro de longa data do conselho da fundação beneficente da empresa. Estavam a bordo do submarino ainda desaparecido Rush, o bilionário britânico Hamish Harding, o marinheiro francês Paul-Henri Nargeolet e os paquistaneses Shahzada Dawood e seu filho Suleman, parte de uma das famílias mais abastadas do país.