O cineasta Jonathan Glazer, diretor do longa sobre o Holocausto Zona de Interesse, doou sete posters autografados do filme para um leilão que arrecada fundos para fornecer auxílio médico aos palestinos vítimas do conflito entre Israel e Hamas em Gaza. Assinados por Glazer, pelo produtor James Wilson e pela compositora Mica Levi, que fez a trilha sonora do longa, os cartazes são itens cobiçados, com lances de 3 200 libras, o equivalente a 20 mil reais na cotação atual.
Judeu e mente por trás do longa que retrata o genocídio perpetrado pelo governo nazista, Glazer tem se posicionado constantemente contra a matança de civis em Gaza. “Não quero dizer ‘Veja o que eles fizeram naquela época’, mas, sim, ‘Veja o que fazemos agora’. Nosso filme mostra onde a desumanização leva ao pior. Moldou todo o nosso passado e presente. Neste momento estamos aqui como homens que refutam o seu judaísmo e o Holocausto sendo sequestrados por uma ocupação que levou ao conflito para tantas pessoas inocentes, quer sejam as vítimas do 7 de outubro em Israel ou o ataque em curso em Gaza”, disse ele em seu discurso no Oscar, traçando um paralelo entre o Holocausto e o conflito atual — e desencadeando críticas de um sobrevivente do Holocausto.
Baseado em uma história real, o filme Zona de Interesse acompanha o cotidiano pacato da família do comandante nazista de Auschwitz, Rudolf Höss, que constrói uma propriedade idílica a poucos metros do campo de concentração. Com jardins floridos, uma casa grande e piscina à sua disposição, a esposa do militar, Hedwig — interpretada por Sandra Hüller –, e seus filhos ignoram os horrores do outro lado do muro. Produzido pelo Reino Unido (em parceria com EUA e Polônia) e falado em alemão, o longa conquistou as estatuetas de melhor filme estrangeiro e melhor som no Oscar.
Segundo o Ministério da Saúde em Gaza, mais de 32 000 palestinos — em sua maioria mulheres e crianças — foram mortos por bombardeios israelenses em Gaza desde que o conflito se intensificou em 7 de outubro, quando um ataque terrorista do Hamas a um festival de música eletrônica em Israel matou 1,2 mil pessoas.