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Por Coluna
O que é fato e ficção em filmes e séries baseados em casos reais
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Tick, Tick… Boom!: A história real por trás do musical indicado ao Oscar

Filme da Netflix, que rendeu uma indicação de melhor ator para Andrew Garfield, narra a trajetória do compositor Jonathan Larson, criador de 'Rent'

Por Marcelo Canquerino 9 mar 2022, 15h56

O compositor e dramaturgo Jonathan Larson (1960-1996) sempre dizia às pessoas que mudaria a cara do teatro musical americano — e realmente mudou. Ele, porém, não conseguiu ver sua obra-prima tomar forma nos palcos. Na noite anterior à estreia off-Broadway do espetáculo Rent, hoje mundialmente conhecido, em 25 de janeiro de 1996, Larson morreu em decorrência de um aneurisma da aorta, aos 35 anos. O reconhecimento póstumo do artista graças ao sucesso da peça esconde uma trajetória de altos e baixos, narrada no longa musical Tick Tick… Boom!, que rendeu a Andrew Garfield uma indicação ao Oscar de melhor ator este ano. O filme, estreia de Lin-Manuel Miranda na direção, é baseado em um espetáculo autobiográfico feito por Larson sobre os perrengues na criação de sua primeira peça. O longa toma algumas liberdades para brincar com o lúdico, elemento clássico dos musicais, mas mostra, em essência, a jornada do compositor durante o começo de sua carreira. Confira o que é real e o que é ficcional no filme da Netflix indicado ao Oscar: 

O desenvolvimento do musical Superbia

Andrew Garfield como Jonathan Larson, em 'Tick, Tick... Boom!'.
Andrew Garfield como Jonathan Larson, em ‘Tick, Tick… Boom!’. (Macall Polay/Netflix/Divulgação/VEJA)

O grande sonho de Jonathan Larson era fazer com que seu primeiro musical chegasse aos palcos. Prestes a completar 30 anos no final de década de 1980, ele então direciona todas as suas forças para criar o espetáculo Superbia — uma produção de ficção-científica com ares futuristas. Assim como na vida real, o filme mostra alguns dos perrengues pelos quais o jovem compositor, no começo de sua carreira, enfrentou — desde as crises criativas para escrever músicas, até os problemas pessoais. Larson realmente passou anos trabalhando como garçom no Moondance Dinner, em Manhattan, para se sustentar enquanto, paralelamente, focava na carreira artística. Assim como retratado no longa, apesar dos esforços, Superbia nunca saiu definitivamente do papel. 

Os conflitos com a namorada e o drama do melhor amigo

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Jonathan e a namorada, Suse, em 'Tick, Tick... Boom!'.
Jonathan e a namorada, Suse, em ‘Tick, Tick… Boom!’. (Macall Polay/Netflix/Divulgação/VEJA)

A montagem de palco do musical quase não tinha personagens. Além de Larson e uma pequena banda de rock, a história também trazia mais duas pessoas: a namorada, Susan (Alexandra Shipp), e o melhor amigo, Michael (Robin de Jesús). Ambos, presentes no filme, nunca existiram de fato, mas foram inspirados em pessoas reais. Susan protagoniza conflitos com o namorado por querer estabilidade e é parcialmente baseada em uma dançarina que ele namorou enquanto tentava emplacar Superbia. Já Michael, foi inspirado no amigo de infância do compositor, Matt O’Grady, que, assim como no filme, também foi diagnosticado com HIV na década de 1980. 

Jonathan Larson abriu mão da publicidade pela carreira artística

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Cena de 'Tick, Tick... Boom!', indicado ao Oscar.
Cena de ‘Tick, Tick… Boom!’, indicado ao Oscar. (Macall Polay/Netflix/Divulgação/VEJA)

Corte na luz feito pela companhia elétrica e uma enxurrada de dificuldades financeiras cercam a trajetória do protagonista. Seu melhor amigo, Michael, oferece um emprego na empresa de publicidade onde trabalha para que Jonathan crie jingles — algo que lhe traria dinheiro e que ele sabia fazer. O compositor nega a oferta porque mais do que tudo quer dedicar sua vida à arte e criação do seu musical. Este momento, apesar de ficcional, tem um fundo verdadeiro. Na vida real, Larson se opunha fortemente a trabalhos publicitários para empresas com políticas que ele discordava, ou quando achava que ia contra escritores comprometidos que trabalham na indústria de jingles. Curiosamente, o compositor chegou a escrever alguns jingles, incluindo um para a CNN que foi rejeitado. 

A amizade com Stephen Sondheim 

Bradley Whitford como Stephen Sondheim em 'Tick, Tick... Boom!'.
Bradley Whitford como Stephen Sondheim em ‘Tick, Tick… Boom!’. (Reprodução/VEJA)

Com a chegada dos 30 anos, Jonathan Larson constantemente compara sua trajetória árdua (e até, então, sem sucesso) à linha do tempo de conquistas de Stephen Sondheim — sempre com grande apreço e admiração pelo titã da Broadway e célebre compositor de sucessos como Amor, Sublime Amor e Sweeney Todd. No filme, Larson convida Sondheim para assistir a uma apresentação das músicas e do conceito de Superbia junto a uma gama de produtores para conseguir emplacar o musical. Mais tarde, Sondheim fala para o jovem, através de uma ligação, que Superbia é de primeira linha e que ele tem futuro na área. A amizade entre os dois retratada no longa pode parecer ficcional, mas é verdadeira. Eles se conheceram quando o criador de Rent, durante a faculdade, entrou em contato com Sondheim. Larson passou a enviar seus trabalhos ao famoso compositor para revisão — que além de ter feito notas sobre Superbia, escrevia diversas cartas de recomendação para produtores em nome do amigo. 

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