Nos atentados de Bruxelas, dois irmãos estavam entre os terroristas: Khalid e Ibrahim el-Bakraou. O belga Salah Abdeslam foi preso dias antes e seu irmão, Brahim Abdeslam, explodiu-se em Paris em novembro. Chérif e Said Kouachi atacaram o jornal Charlie Hebdo. Nos atentados da maratona de Boston, mais dois irmãos: Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev.
Como explicar tantos irmãos entre os terroristas?
Os laços familiares sempre foram de grande valia para os extremistas. Quando recrutam novatos, há uma preocupação constante de que esse seja um infiltrado ou que acabe denunciado os demais para as autoridades.
“Irmãos são confiáveis e comprometidos. Com isso, são fundamentais em operações desse tipo, que exigem segredo operacional“, diz a canadense Mia Bloom, autora do livro Bombshell e professora da Georgia State University, nos Estados Unidos. “É normal também que os terroristas recrutem famílias inteiras.”
De quebra, as chances de deserções são menores, assim como a probabilidade de um homem-bomba desistir de se explodir. Uma vez dentro dos grupos, eles são submetidos a uma pressão social muito grande e aprendem que, se não fizeram o combinado, trarão vergonha para o resto da família.
Há ainda vários casos de pessoas que entram para o terrorismo com a ideia de proteger o irmão ou um parente. Com o tempo, eles acabam sendo sugados para dentro das organizações.
Sobre o futuro, diz Mia Bloom: “Hoje o grau de parentesco mais comum é o de irmãos, mas com o tempo haverá mais pais e filhos, uma vez que o Estado Islâmico (EI) tem atraído muitas crianças”.
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