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Cabeça de juiz

Ponderado e moderado, Moro se mostra apto a servir de contraponto às exorbitâncias de Bolsonaro

Por Dora Kramer Atualizado em 6 nov 2018, 19h29 - Publicado em 6 nov 2018, 19h24
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    O juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, durante uma coletiva de imprensa no Tribunal Federal de Justiça em Curitiba - 06/11/2018 (Heuler Andrey/AFP)

    A primeira entrevista de Sergio Moro como ministro indicado à pasta da Justiça devidamente reforçada em seus poderes e ferramentas mostra que o juiz (agora quase ex) está bastante familiarizado com os assuntos que irá tratar e, mais importante, ciente dos desafios que desde já lhe são colocados. Se vai dar certo, veremos, mas que ele tem coragem disso não resta dúvida.

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    Enfrentou com ponderação e moderação os questionamentos à sua indicação. Tratou com objetividade até os mais desatinados, fazendo ver que não poderia ter condenado o ex-presidente Luiz Inácio da Silva um ano e meio antes das eleições visando uma recompensa de um eleito que à época nem candidato viável era e destacando a confirmação de seus atos por instâncias superiores.

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    Poderia ter usado de ironia, mas acertadamente não o fez também quando lhe perguntaram sobre a suposta incongruência entre a promessa de jamais entrar para a política e a decisão de aceitar ser ministro. Auxiliares presidenciais podem ser políticos, mas não necessariamente e disso já deram notícia vários personagens ocupantes de ministérios, inclusive o da Justiça, que na história recente teve seus piores momentos quando utilizados por presidentes para cumprir os ditames do loteamento partidário da Esplanada.

    O que pôde adiantar em matéria de planos para sua gestão, Moro adiantou. O que não pôde, como anúncio de nomes de assessores e detalhamento de medidas, deixou para mais adiante. Importante mesmo foi a explicitação do motivo de ter aceitado o convite: dar um passo além da Lava Jato no combate à corrupção e ao crime organizado, aí fazendo uma comparação com o juiz Giovanni Falcone (assassinado depois), que comandou a operação Mãos Limpas e depois assumiu o posto de diretor de assuntos penais no governo italiano.

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    Moro não se deu ares de salvador. Não se apresentou para “zerar” a corrupção nem a criminalidade digamos, comum, mas se propôs a atuar para que o Brasil conviva com índices aceitáveis de ambas. Conceitualmente Sergio Moro mostrou-se em divergência com as extravagâncias autoritárias e retrógradas do capitão/deputado Jair Bolsonaro que, pelo que segundo ele diz ter percebido na conversa com o eleito, terá uma prática diferente da Presidência. E se não tiver? Lá pelas tantas da entrevista de quase duas horas, Moro disse que procurará superar divergências, conciliar posições e convencer seu superior a se manter nas balizas da Constituição, mas que, se não conseguir, se for vencido, pede o boné.

    Disse isso (não com essas palavras) en passant, mas com clareza suficiente para deixar registrado que concorda com o “aperto” no combate a crimes desde que respeitados os limites da civilidade e, por óbvio, da legalidade. Não sendo assim, sai do jogo com a mesma facilidade e tranquilidade com que aceitou entrar.

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