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Claudio Lottenberg Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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O Brasil pós-Covid depende da atenção às crianças hoje

O que mais queremos é que as diferentes frentes colaborem para termos uma população infantil saudável e com alta capacidade de aprendizado

Por Claudio Lottenberg
15 fev 2021, 16h36
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  • Desde o início desta pandemia, tem chamado atenção o fato de que as crianças não têm tido grande expressão clínica. As respostas imunológicas delas parecem capazes de eliminar o vírus antes que este se replique consideravelmente. Mas, do ponto de vista do legado que a pandemia deixará sobre nossa sociedade, é sobre as crianças que recairá o maior ônus. É a elas, afinal, que sempre remetemos a responsabilidade pelo futuro da nação. Se é assim, o que temos nós, adultos de hoje, feito para que os adultos de amanhã assumam o protagonismo no país? Que Brasil elas herdarão da nossa geração?

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    Na área da educação, a pandemia da Covid-19 teve um impacto negativo profundo. O mesmo se pode dizer do desenvolvimento social e do bem-estar emocional de crianças e adolescentes. É importante, então, coletar dados sobre a segurança e sobre resposta imune também nessas faixas etárias, para que elas possam se beneficiar no futuro.

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    Os grandes avanços de saúde no nosso país e em outros foram fruto de medidas sanitárias consistentes – entre as quais incluímos a vacinação, como ponto de referência. Tradicionalmente o Brasil se posiciona bem no quesito vacinação – e o que mais queremos é que as diferentes frentes colaborem para termos uma população infantil saudável e com alta capacidade de aprendizado. Não será, no entanto, em um cenário de escolas fechadas que teremos isso: o prejuízo deixado estará não só da dinâmica do aprendizado técnico, mas com alto custo na dinâmica relacional.

    Partimos, portanto, de um cenário no qual a doença afeta pouco a população infantil – mas isso não exclui a responsabilidade por conhecer não só qual a utilidade de uma vacina também para essa faixa etária, mas também quais desdobramentos ocorrerão na dinâmica comportamental daqueles que consideramos o futuro do nosso Brasil. O presente vírus, por exemplo, tem sido questionado sobre a sua capacidade de mutação, e também é preciso saber se o perfil de resposta característico da população infantil ficará tal como é hoje para sempre. A Universidade de Oxford anunciou no último dia 13 que começará os estudos de fase 2 da vacina ChAdOx1 nCoV-19 em crianças e adolescentes – será o primeiro estudo do imunizante nesta população. Temos nessa iniciativa boa medicina e boa ciência convergindo para o entendimento pleno das bases do comportamento biológico nas diferentes fases que vão da prevenção à reabilitação passando pela terapêutica. Isso certamente será um benefício que chegará às gerações futuras dos brasileiros.

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    Nesta semana também registramos o dia internacional na luta contra o câncer na infância. O câncer vem ganhando grande espaço em razão dos novos recursos terapêuticos. Mas trata-se de uma doença que acarreta importantes desdobramentos nas vidas do paciente e de sua família. Gera angústia, sofrimento e, no limite, desespero. A cada três minutos uma criança morre de câncer e, por ano, mais de 300 mil crianças de zero a 19 anos de idades são diagnosticadas com a doença no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Iniciativa Global para o Câncer na Infância, objetiva tornar esse tipo de câncer uma prioridade nacional e global, a fim de eliminar a dor e o sofrimento das crianças que lutam contra a doença e alcançar ao menos 60% de sobrevivência.

    Os atores da saúde devem ampliar seu escopo de responsabilização por deixar um legado positivo para as próximas gerações de brasileiros. Mesmo aquele profissional de outra área que não a pediatria tem a obrigação de considerar as crianças em sua atividade, se de fato acredita que pode dar sua contribuição para que se construa um país melhor no futuro.

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