Nos bastidores, líderes de diversos partidos de centro começam a elencar os maiores perdedores com os recentes anúncios na direção de uma terceira via para a corrida presidencial. Diante da entrada oficial de Sérgio Moro e Rodrigo Pacheco na disputa, a avaliação unânime entre políticos ouvidos pela coluna é a de que o maior deles é Ciro Gomes (PDT).
Ciro, segundo esses líderes, já tinha a desvantagem de não ser uma novidade no cenário eleitoral. De quebra, ainda insistiu, a contragosto de alguns aliados, em centrar boa parte do fogo no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se tivesse focado seu discurso no presidente Jair Bolsonaro, afirmam, ele teria mais chances de seguir o jogo com uma postura semelhante aos novos adversários agora oficializados na disputa.
Dois outros nomes dividem a segunda colocação no ranking de quem mais perdeu nesse novo cenário: João Doria e Eduardo Leite. Com as prévias do PSDB empacadas, ambos ficam no limbo enquanto Moro e Pacheco se posicionam diante do eleitorado. “Essa demora é terrível, seja qual for o vencedor da prévia”, diz um aliado fiel de Doria.
Para esse interlocutor, o governador até conseguiu disputar parte dos holofotes com o anúncio sobre a liberação do uso de máscaras em locais abertos em São Paulo, no mês que vem. Mas nem por isso essa exposição vai entrar na conta da pre-campanha. “Mas todo mundo sabe que o termômetro da pandemia é outro”, acrescenta.
Os últimos movimentos desse grupo também jogaram mais água no nome de Luiz Henrique Mandetta, que já demonstrava dificuldade de se viabilizar, mas seguia participando ativamente de negociações da eleição. Mas, nesse caso, a avaliação é que o ex-ministro já era carta fora do baralho. A expectativa agora é que formalize em breve o que já se sabia, que não deve mesmo permanecer no páreo.