Pesquisa põe pressão em Bolsonaro e torna debate decisivo na reta final
Levantamento Ipec mostra corrida estacionada e aumenta expectativa em torno do confronto na TV Globo
Os últimos dias antes do segundo turno da eleição trazem um cenário desafiador para o presidente Jair Bolsonaro. O presidente apostou alto numa virada, liberou benefícios e linhas de crédito que lhe restavam na manga, subiu o tom dos ataques ao adversário. Ainda assim, o que se viu na mais recente pesquisa Ipec, divulgada ontem, foi uma interrupção do encurtamento da diferença em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tanto animava o time presidencial.
No levantamento, tanto Lula quanto Bolsonaro mantiveram o mesmo desempenho da semana anterior. O petista com 50% e o presidente com 43%. Na sondagem anterior, as oscilações de ambos haviam encurtado a diferença entre eles em três pontos. O movimento havia ocorrido dentro da margem de erro, mas não deixava de ser uma boa notícia para o QG do presidente.
Nos bastidores, a equipe do presidente ainda se empenha em manter o discurso otimista. Aliados repetem que as pesquisas internas já indicam uma virada e insistem que o resultado das urnas vai comprovar essas previsões. Mas bolsonaristas admitem uma escassez de munição para essa fase da campanha. Bolsonaro lançou mão de alguns benefícios e linhas de crédito nesta reta final, mas com potencial de impacto bem menor que o megapacote de bondades lançado no primeiro turno.
Neste momento, admitiu à coluna um aliado do presidente, parece faltar um fato novo capaz de sensibilizar o eleitor que ainda não se decidiu e, principalmente, aquele que admite que ainda pode mudar o voto. E, para completar, ainda é preciso dissipar o impacto negativo provocado por acontecimentos dos últimos dias, em especial o episódio da prisão do ex-deputado Roberto Jefferson.
Talvez o enfrentamento direto com Lula pudesse ter jogado a favor de Bolsonaro nessas últimas semanas e permitido que ele estreitasse ainda mais a distância em relação ao petista. Mas Lula se recusou a participar da maioria dos confrontos marcados para esta segunda etapa da eleição, inclusive o promovido pelo pool de veículos de comunicação integrado por VEJA. O que torna o debate da TV Globo, marcado para a próxima sexta-feira, ainda mais importante nesta reta final.