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Clarissa Oliveira

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Os bastidores da negociação que levou Lula a manter Juscelino Filho

Dois argumentos principais ajudaram a viabilizar a permanência do ministro das Comunicações no governo, após várias denúncias

Por Clarissa Oliveira Atualizado em 7 mar 2023, 14h08 - Publicado em 7 mar 2023, 10h21
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  • A aliados com os quais conversou no decorrer do dia de ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou em conta ao menos dois argumentos para avaliar a situação do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Segundo relatos feitos à coluna por interlocutores, Lula bateu na tecla do “direito ao contraditório”, reforçando a ideia de que não vai condenar previamente nenhum integrante do seu governo. Além disso, houve o entendimento de que o ministro foi alvo de fogo amigo, embora sua conduta seja repreensível em vários aspectos.

    +Leia também: Sem apoio no Parlamento, Lula se curva a ministro do União Brasil

    Entre os argumentos apresentados pelo ministro das Comunicações, um deles tem fundamento, disse à coluna um interlocutor do presidente. O sistema em que são registradas as viagens oficiais de fato computa automaticamente diárias aos fins de semana quando a data de retorno se dá somente depois desse período. Uma das denúncias diz respeito ao fato de Juscelino Filho ter solicitado uma viagem oficial e estendido sua estadia para participar de um evento sobre cavalos de raça.

    Juscelino Filho alegou ter solicitado a devolução das diárias. Ainda assim, o mesmo interlocutor reconhece que o ministro não deveria ter usado uma viagem oficial para esticar o fim de semana. “O cara é, no mínimo, muito atrapalhado. Não tem nada que aproveitar uma viagem oficial para isso”, afirmou.

    A avaliação que predomina neste momento no entorno de Lula é que a permanência de Juscelino Filho no governo é ruim, mas se justifica dado o momento delicado que o governo atravessa na formação de sua base. O União Brasil, partido do ministro, conta com 59 votos no Congresso Nacional. E até agora, mesmo com várias cadeiras na Esplanada, não amarrou formalmente seu apoio ao novo governo.

    Um ponto que ajudou a embasar a decisão de Lula é que a sucessão de notícias contra Juscelino Filho indica que os ataques “vieram de dentro”, com a intenção de derrubar o ministro. A ordem, agora, é para que Juscelino Filho reforce publicamente suas explicações sobre o caso, para que as denúncias possam se dissipar. Mas, se houver um fato novo, Lula é bem capaz de mudar de ideia.

    +Leia mais: O recuo de Lula no caso Juscelino Filho

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