A conversa de bar entre Tarcísio e Haddad no debate da Band
Em confronto na TV, ex-ministro pegou carona no governo federal, enquanto petista agiu como cabo eleitoral
O debate realizado ontem nos estúdios da TV Bandeirantes mostrou a que ponto as necessidades do Estado de São Paulo caíram para o segundo plano nas campanhas de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT). O que se viu foi um debate majoritariamente nacional. Um misto de promessas decoradas com uma conversa de bar entre dois amigos que discordam sobre qual é o melhor candidato à Presidência.
Sem experiência executiva no Estado, Tarcísio seguiu seu caminho natural. Focou em realizações do governo do presidente Jair Bolsonaro. E Haddad, que caiu de surpresa para a segunda colocação neste segundo turno, agiu quase como cabo eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Já na largada, o debate tratou de temas que vão da política federal para o preço dos combustíveis e até a legislação sobre armas. Houve diálogos sobre o que Lula disse ou quis dizer ao falar sobre a relação de Bolsonaro com policiais. Sobre o que Bolsonaro disse ou quis dizer sobre a incidência de casos de suicídios, sobre o que pretendia quando imitou pessoas com falta de ar.
Até houve algum esforço de ambos os candidatos em falar sobre a realidade paulista. Mas, em muitas ocasiões, as propostas passavam pela promessa de parceria com o governo federal. Só para citar alguns exemplos, Tarcísio prometeu merenda escolar pois Bolsonaro garantirá, segundo ele, o dinheiro para o Estado de São Paulo. Haddad disse que vai trabalhar com Lula pelo controle de armas. E, de repente, a discussão descambou para o Orçamento secreto e o sigilo de 100 decretado pelo presidente Jair Bolsonaro.