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CannabiZ Por André Sollitto e Ricardo Amorim Novidades e reflexões sobre o mercado da cannabis legal, no Brasil e no mundo
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Líder em cannabis medicinal teme retrocesso regulatório no Brasil

Recém-promovido a diretor-geral da unidade local da americana HempMeds, Matheus Patelli falou ao Cannabiz sobre suas perspectivas para o mercado

Por Ricardo Amorim Atualizado em 3 dez 2020, 16h51 - Publicado em 3 dez 2020, 16h35
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  • O executivo Matheus Patelli, CEO da HempMeds Brasil
    Patelli, da HempMeds: informação e conhecimento para consolidar a cannabis no Brasil (Felipe Levy/Divulgação)

    Com mais de 50% de participação autodeclarada no mercado de cannabis medicinal brasileiro, a HempMeds Brasil promoveu, no mês passado, uma reorganização em sua liderança e alçou Matheus Patelli, então diretor de marketing e vendas, ao cargo de diretor-geral. Segundo a empresa americana, a mudança facilitará a atuação da equipe local frente às particularidades do nosso mercado. “Agora vamos concentrar nosso foco no cenário brasileiro, com estratégias e iniciativas que levem em conta a realidade nacional, cuja regulamentação é muito diferente das demais regiões em que atuamos”, explicou Patelli em entrevista exclusiva ao Cannabiz.

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    E é justamente o arcabouço legal que preocupa o executivo. “Nosso segmento é refém da regulamentação. Mudanças regulatórias têm o poder de fazer o mercado evoluir ou ruir, dependendo do caminho escolhido pelas autoridades. Por isso, o trabalho de informação e esclarecimento da sociedade a respeito da cannabis medicinal é imprescindível para a consolidação do setor no Brasil”, defende. Patelli destaca o trabalho da HempMeds nessa área, tanto no treinamento de médicos quanto no investimento em pesquisas que produzam evidências científicas cada vez mais robustas acerca das terapias com canabinoides.

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    Aos 29 anos, Patelli é um dos mais jovens líderes da cannabis medicinal no Brasil e, assim como seus pares e competidores, tem a missão de expandir um mercado ainda muito aquém de suas possibilidades. “Pouquíssimos médicos prescrevem cannabis no Brasil, seja por preconceito, por insegurança ou por falta de informação. Nós temos a obrigação de fornecer esse conhecimento para 100% dos possíveis prescritores. O médico pode até não prescrever produtos com cannabis, mas ele precisa conhecer e saber do que se trata”, afirma. Patelli garante que a HempMeds não vincula seus cursos e seminários aos produtos da marca, mas reconhece que essas atividades fazem com que a empresa se torne referência no segmento e, consequentemente, acabe sendo a escolhida no momento da prescrição. “Os médicos confiam na informação que passamos a eles, porque nosso conteúdo é todo sustentado por fatos, dados e evidências com rigor científico”, explica.

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    Ao lado dessa frente, digamos, informativa, a outra prioridade da HempMeds é registrar seus produtos no Brasil para que eles possam ser vendidos nas farmácias. Atualmente, há apenas dois produtos com esse status no país, um da inglesa GW Pharma e outro do laboratório paranaense Prati Donaduzzi. “Hoje o paciente brasileiro só encontra nas drogarias duas opções, que não são suficientes para atender à demanda, principalmente porque as formulações são limitadas e não cobrem todas as patologias para as quais o tratamento com cannabis pode ser recomendado. A HempMeds tem, sozinha, 18 produtos com as mais diferentes combinações de canabinoides, cada uma delas com uma indicação terapêutica específica”, diz.

    Patelli também lamenta a demora na autorização para o cultivo da cannabis no Brasil, objeto do projeto de lei 399/2015, que tramita na Câmara dos Deputados. “Além da liberação do cultivo, a aprovação da proposta ainda poderia abrir uma nova fronteira para o agronegócio brasileiro, com a introdução do cânhamo industrial. Com essa variedade não-psicoativa da cannabis, podemos produzir, além de medicamentos, tecidos, materiais de construção, suplementos alimentares e uma infinidade de outros produtos”, argumenta. “Não podemos perder essa oportunidade, mas eu não estou muito otimista [com relação à aprovação do PL]”, admite.

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