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Os riscos do clima alterado

Como reforçar o cuidado com doenças que tendem a se tornar mais comuns devido ao aumento da poluição do ar, das ondas de calor e das enchentes

Por Tiago Cordeiro
29 jun 2024, 08h00
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  • Como reforçar o cuidado com uma série de doenças que tendem a se tornar mais comuns em consequência do aumento da poluição do ar, das ondas de calor e das enchentes

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    As transformações provocadas pelo aumento da temperatura do planeta estão alterando os padrões de disseminação de diversos problemas de saúde. Novas doenças podem surgir, enquanto outras, antes controladas, podem se tornar mais prevalentes, alerta Diego Xavier, pesquisador do Obser­vató­rio de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz). “Ondas de calor podem favorecer a proliferação de vetores e patógenos, enquanto enchentes podem contaminar fontes de água, levando à disseminação de doenças como leptospirose e hepatite A, além de outras infecções gastrointestinais”, afirma Xavier.

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    De acordo com um levantamento feito em 1 816 cidades brasileiras pela Universidade de São Paulo e pela Universidade Monash, da Austrália, o aumento da temperatura média entre 2000 e 2015 provocou uma elevação de 1% no risco de internações por doenças que prejudicam os rins, como resultado de desidratação. “O calor excessivo também pode aumentar o risco de ataques cardíacos e provocar outros problemas cardiovasculares, além da maior incidência de câncer de pele causada pelo aumento da radiação UV”, diz Cassia Lemos, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Doenças respiratórias como asma e bronquite podem se agravar devido ao aumento da poluição do ar e de incêndios florestais.

    O novo cenário vai demandar dos gestores públicos uma nova postura preventiva, diz Lemos, que é articuladora da AdaptaBrasil, plataforma que mapeia os potenciais riscos das mudanças climáticas no país em diversas áreas, disponibilizando informações para os municípios. “Com base nesses dados, é possível identificar, em cada região, quais são os principais riscos.”

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    Já as pessoas podem identificar novas formas de prevenção. Em caso de ondas de calor, por exemplo, garantir a hidratação é crucial, assim como evitar, na medida do possível, atividades ao ar livre em horários de maior incidência do sol. Para os casos de doenças respiratórias, é fundamental reforçar o acompanhamento médico e o uso de medicação adequada.

    O Impacto por região

    Incêndio florestal: poluição e mais doenças respiratórias
    Incêndio florestal: poluição e mais doenças respiratórias (Gustavo Basso/NurPhoto/Getty Images)

    Segundo Xavier, cada região do país tende a ser afetada de maneira diferente. As enchentes recentes no Rio Grande do Sul são um exemplo, mas há outros: males como dengue, zika, chikungunya e malária podem se espalhar mais rapidamente devido ao aumento da proliferação dos mosquitos vetores e à adaptação deles a áreas mais altas, como cidades em serras, ou mais frias — o que reforça a necessidade de contar com repelentes e evitar fontes de água parada, mesmo em locais onde, no passado, essas doenças não eram tão comuns.

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    O Norte deve observar maior proliferação de vetores de doenças como malária, dengue e leishmaniose. No Nordeste, podem ocorrer surtos de doenças desencadeadas pelo calor extremo, incluindo desidratação e complicação de problemas cardiovasculares.

    “Já no Sudeste, áreas urbanas densamente povoadas podem enfrentar problemas relacionados à poluição do ar e a enchentes, agravando doenças respiratórias e de transmissão hídrica, além de deslizamentos e alagamentos que interrompem a rotina da população”, afirma o pesquisador do Icict/Fiocruz.

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    A região Centro-Oeste tem enfrentado um aumento da temperatura e alterações no regime de chuvas, o que provoca maior incidência de doenças transmitidas por mosquitos. “O processo de ocupação da região e a perda de biodiversidade decorrente de monoculturas podem causar o desequilíbrio das paisagens ecológicas e aumentar ainda mais os agravos de saúde”, diz Xavier. Cada um desses riscos demanda cuidados próprios que , se observados, podem salvar vidas.

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    Publicado em VEJA, junho de 2024, edição VEJA Negócios nº 3

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