Ao dizer que a discussão sobre a permanência ou não da deputada federal Gleisi Hoffmann na presidência do PT deve ficar em segundo plano, o ex-governador da Bahia e senador, Jaques Wagner (PT-BA), criticou os “métodos internos” de eleição do seu partido e citou o Podemos da Espanha como exemplo. Para ele, a sigla precisa se “modernizar”.
“Eu acho um absurdo um diretório nacional, uma executiva com 22, 23 membros. Não é uma executiva. É quase uma assembleia. Nós temos que modernizar o partido. (Tem) a experiência do Podemos da Espanha, que abre o partido via web para consultar pessoas. Não dá para ficar trancado em uma sala. O mundo mudou. O partido precisa se modernizar”, declarou.
Wagner defendeu que o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), tenha “lugar de fala dentro do partido”. “Afinal de contas, ele se apresentou e teve 47 milhões de votos. E, claro, a população quer sabe o que ele está pensando sobre o que está acontecendo. Então, ele tem que ter um lugar de fala, que não precisa ser a presidência do partido”, ressaltou. Ele descartou presidir o PT. “Um, porque vou apostar na renovação. Dois, porque quero me dedicar mais à interação com a sociedade diretamente do que ao orgânico do partido”, justificou.
Para o senador, as críticas a Gleisi são “exageradas”. “É bom lembrar que Gleisi está sendo presidente no momento mais duro da nossa história. Toda perseguição que sofreu depois da eleição da Dilma, a crise de 2016, a prisão de Lula, o impeachment. Então, era hora de falar grosso e bater pesado contra aqueles que queriam nos aniquilar”, afirmou.
O senador declarou, ainda, que, na próxima quarta-feira 10 o PT fará um balanço dos 100 dias de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Tudo indica que será um relatório de uma página em branco, porque até agora não aconteceu nada”, ironizou.