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“Ruiu a barragem, rui a imagem” e outras notas de Carlos Brickmann

Como explicar o relatório da empresa alemã Tüv Sud, de agosto último, que mostra que a base da barragem estava no limite de segurança?

Por Carlos Brickmann
Atualizado em 30 jul 2020, 19h58 - Publicado em 6 fev 2019, 13h56
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  • Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

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    Aquele festival de fintas e de fumaça nos olhos que poupou a Samarco, após a tragédia de Mariana, de maiores aborrecimentos (a ponto de até hoje não ter pago sequer as multas que lhe foram impostas), não deve se repetir com a Vale, na tragédia de Brumadinho. A deputada Joice Hasselman já tem mais de 200 assinaturas para instaurar uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara Federal; e já há quase 40 senadores que assinaram a CPMI, comissão mista do Senado e da Câmara, sobre o mesmo assunto. A Vale é o alvo. Há novos parlamentares interessados em projetar-se nas investigações. Há muitas coisas para explicar. Quem a conhece sabe como será difícil enfrentar uma Joice, rápida e agressiva, estreando em CPI.

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    Como explicar o relatório da empresa alemã Tüv Sud, de agosto último, que mostra que a base da barragem estava no limite de segurança? E, no mesmo relatório, outros 15 pontos que exigiam atenção?

    O Senado também está pronto: Carlos Viana, um dos autores do pedido de CPMI, diz que “vai para cima da Vale”. A seu ver, a empresa, embora alertada, não acionou seu plano de emergência. “Irresponsabilidade”, diz. No Senado e na Câmara, a ideia é que a Vale menosprezou fatores que deveria ter considerado. Tenham ou não razão, a tragédia ocorreu.

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    Pode haver panos quentes? Pode – em outros casos, já houve. Mas quem estiver de alguma forma envolvido na tragédia pagará caro para se livrar.

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    Perigo espalhado 1

    Brumadinho? Ali perto, em Itabira, a Vale tem uma barragem com 20 vezes a capacidade de Brumadinho. A enorme barragem, revela o repórter Rodrigo Hidalgo, da Band, que teve acesso a documentos da Vale, ostenta uma trinca de 130 metros no alto; em baixo há afundamento de mais de meio metro. Itabira tem 120 mil habitantes. Providências? Rigorosíssimas!

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    Perigo espalhado 2

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    Em São Paulo, a maior cidade do país, seis pontes e viadutos correm risco de colapso, segundo estudo oficial da Prefeitura. Essas estruturas estão em regiões densamente povoadas e são essenciais para que o trânsito da cidade continue, bem ou mal, fluindo. Mas já houve pelo menos uma providência: a frase “risco iminente de colapso” foi substituída por “risco desconhecido”. Claro: talvez não aconteça nada, apesar de em algumas dessas obras passarem dez mil veículos por hora. Se ocorrer, “é fatalidade”.

     

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    Renan perdeu. E perdeu

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    Ulysses Guimarães, lendário líder da campanha Diretas Já, sempre dizia que não se deve pensar com o fígado. “Raciocínio não é função hepática”.

    Um político de cabeça gelada, capaz de transformar uma guerra com o senador Sarney numa aliança proveitosíssima, foi incapaz de suportar a derrota numa votação que considerava ganha. Depois de batido na luta pelo comando do Senado, Renan Calheiros perdeu o sangue-frio, a compostura e os bons modos. Atacou grosseiramente a jornalista Dora Kramer, de Veja, e o falecido senador Ramez Tebet. O pecado de Dora foi dizer que, na eleição perdida, Renan tinha sido arrogante. O do falecido senador Tebet foi ser pai da senadora Simone Tebet, que apoiou seu adversário na disputa.

     

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    O ataque

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    Renan disse, pelo twitter: “A @DoraKramer (Veja) acha que sou arrogante. Não sou. Sou casado e por isso sempre fugi do seu assédio. Ora, seu marido era meu assessor, e preferi encorajar Geddel e Ramez, que chegou a colocar um membro mecânico para namorá-la. Não foi presunção. Foi fidelidade”. Ah, 2007!. Qual leitor se recorda da bela Mônica Veloso?

    Grosseria, claro. Se foi assediado, e isso o incomodou, poderia pedir que o assédio fosse suspenso. Se continuasse, poderia tomar medidas judiciais. O que não se faz é guardar o caso, se é que ocorreu, por mais de dez anos, para desmerecer uma pessoa (Ramez Tebet morreu em 2006). E o decoro?

    Quanto a Ramez Tebet, se teve ou não um caso, se usou ou não algo artificial, não é problema de Renan. E atacar um falecido, isso não se faz.

     

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    O castigo

    Logo após ter desistido da candidatura, imaginou-se que Renan seria o presidente da poderosa Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Após as grosserias, está fora. E quem deve ocupar o posto é Simone Tebet.

     

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    Humor de extrema

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    O colunista Ancelmo Góis, de O Globo, é acusado via Internet de ter  sido treinado pela KGB para espião comunista e doutrinador de colegas. Já tentou me doutrinar, sem êxito, a respeito das vantagens do bolo de rolo, de Pernambuco, sobre o rocambole; e me revelou onde comprar bolo de rolo.

    Já acusaram William Waack de espião americano, por ter almoçado com o embaixador dos EUA. E Bóris Casoy de provocar comunistas, ficando de pé numa moto que fazia malabarismos. Justo Bóris, que teve poliomielite.

    Dá para levar a sério esses extremistas idiotas?

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